A explicação, segundo o presidente da ABPA, Ricardo Santin, é que houve um redesenho do mercado no Brasil. “Antes, a China era responsável por mais de 50% de nossas exportações, mas esses retraíram e foram substituídos pelas vendas para outros mercados relevantes, como as Filipinas e o Japão, que assumiram respectivamente o segundo e terceiro lugares como maiores importadores em junho. Desta forma, o fluxo se manteve positivo, os valores mudaram, mas a tendência é de fechamento com alta em volumes exportados neste ano”, disse.
Considerando apenas o mês de junho, as vendas internacionais de carne suína totalizaram 107,1 mil toneladas, número 1,4% menor do que o total exportado no sexto mês de 2023, com 108,6 mil toneladas. A receita gerada no período chegou a US$ 235,3 milhões, número 11% menor que o total exportado no ano anterior, com US$ 264,3 milhões.
Ricardo Santin, presidente da ABPA
Santa Catarina lidera o ranking nacional
No levantamento por estado, Santa Catarina segue como principal exportador de carne suína do Brasil, com 337 mil toneladas embarcadas entre janeiro e junho, número 5,1% superior ao registrado no mesmo período do ano passado, seguido pelo Rio Grande do Sul, com 131 mil toneladas (-2,5%), Paraná, com 80,2 mil toneladas (-1,6%), Mato Grosso, com 17,5 mil toneladas (+40,3%) e Mato Grosso do Sul, com 12,6 mil toneladas (-2,8%).
China foi o principal destino das vendas
No levantamento por país, a China foi destino de 127,9 mil toneladas no primeiro semestre deste ano (-40,3% em relação ao mesmo período do ano anterior), sendo seguida por Filipinas, com 84,2 mil toneladas (+65,3%), Hong Kong, com 51,9 mil toneladas (-15,1%), Chile, com 50,3 mil toneladas (+21,7%), Singapura, com 41,4 mil toneladas (+19,5%) e Japão, com 37,5 mil toneladas (+107,3%).
O diretor de mercados da ABPA, Luís Rua, destacou também o crescimento das exportações para todos os países da América do Norte e na América do Sul, com incrementos importantes nas vendas para o Chile e Peru. “São indicadores da nova estratégia brasileira, que tem investido cada vez mais na ampliação da capilaridade das exportações de carne suína”, disse
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Cenário em Minas
Weber Vaz de Melo, diretor comercial e Industrial da Suinco, maior cooperativa frigorífica de carne suína de Minas Gerais, disse que
o produtor mineiro tem investido continuamente no aumento do número de matrizes . Além disso, lembrou que, recentemente, nosso estado foi classificado como ‘livre de vacinação contra febre aftosa”, o que tem elevado os volumes exportados, pois libera o envio de nossa produção para países que exigiam essa condição e exclui o risco de abate de animais infectados. “A produção continua aumentando e seguirá agora em ritmo mais rápido devido também a essa condição. Minas tem potencial para se tornar o maior estado produtor de suínos do país, tamanha é a competência do produtor regional e estão buscando isso com certeza”, comentou.