A São Mateus Agropecuária conquistou o Best of the Best na 8ª edição do Prêmio Internacional de Café Ernesto Illy. Essa foi a primeira vez que um café brasileiro recebeu essa premiação, anunciada em concorrida cerimônia, em Nova York (EUA). Um júri de especialistas independentes avaliou os melhores lotes da safra 2022/2023, em uma degustação às cegas de cafés dos nove países finalistas: Brasil, Costa Rica, El Salvador, Etiópia, Guatemala, Honduras, Índia, Nicarágua e Ruanda.
O Guima Café, produzido pela São Mateus, na região do Cerrado mineiro, obteve a melhor pontuação, sendo considerado uma bebida “redonda, saudável e encorpada, com sabores ricos e suaves de um equilíbrio de chocolate, caramelo, açúcar mascavo e amêndoas torradas”. Os lotes participantes do concurso foram primeiro analisados pelos laboratórios de controle de qualidade da illycaffè e, na degustação às cegas, foram classificados em termos de riqueza e complexidade aromática, elegância e equilíbrio dos sabores e intensidades dos aromas.
Guima integra Certifica Minas
Andreza Sebaio, extensionista da equipe do Certifica Minas na Emater-MG (empresa estadual de assistência técnica e extensão rural), destaca a importância da certificação para o sucesso do Guima Café: “Eles estão com a gente desde 2016. Tudo que é feito lá passa pela gente. É um trabalho de melhoria contínua na produção do café, e o prêmio é o maior reconhecimento”, afirma.
Clima pode afetar safra 2024
Minas produziu cerca de 28,3 milhões de sacas de café em 2023, superando em 28,8% a safra passada. O ciclo produtivo que seria de baixa produção, se inverteu para alta. No entanto, os preços do café caíram. O valor médio, entre janeiro e novembro, para o Arábica ficou em torno de R$ 953,51 por saca e para o Conilon em R$ 666,56 por saca resultando numa variação negativa de 24% e de 9%, respectivamente, se comparado com o mesmo período do ano passado.
Produtividade da safra de café esse ano superou a do ano passado em 28%
Segundo a Federação da Agricultura e Pecuária de Minas Gerais (Faemg) devido ao fenômeno El Niño, as perspectivas para 2024 não são das mais otimistas. E até o momento, elas estão atuando negativamente sobre a atividade, com ondas de calor e a drástica redução das chuvas nas regiões produtoras. E, além dos problemas climáticos e redução no preço das commodities, os produtores ainda enfrentam alta dos custos de produção e encurtamento das margens.
“Os problemas climáticos fazem parte do setor. Somos empresas a céu aberto e a maior parte dos produtores depende do clima favorável, como é o clima mineiro de forma geral. O café tem passado por dificuldades. Nas regiões mais importantes, o déficit hídrico não aconteceu. Mas, as altas temperaturas causaram mudanças na fisiologia das plantas, o que provocou mais de uma florada. Vamos ter grãos em vários estágios de maturação e isso dificulta a colheita e a seleção”, explicou o presidente do Sistema Faemg/Senar, Antônio de Salvo.
(*) Com informações da Emater