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Pesquisadora da Epamig integra lista Forbes das 100 Mulheres Doutoras do Agro

Distinção homenageia profissionais altamente especializadas que atuam em universidades, instituições de pesquisa e demais empresas do agronegócio

Madeleine: “Me dá uma alegria muito grande saber que ajudei a formar pessoas, mulheres, que estão sendo referência”

A pesquisadora da Epamig, Madelaine Venzon, foi apontada como uma das 100 Mulheres Doutoras do Agro pela Revista Forbes. A lista publicada no domingo (15), Dia Internacional da Mulher Rural, homenageia profissionais altamente especializadas que atuam em universidades, faculdades, instituições de pesquisa e demais empresas do agronegócio.

“Ser uma das cem pesquisadoras referência no agro foi uma notícia muito gratificante. É o trabalho de uma vida sendo reconhecido. Fico ainda mais feliz, por saber que os produtores e a população têm buscado cada vez mais essas tecnologias sustentáveis no seu dia a dia”, reflete Madelaine.

Trajetória Profissional

Natural de Caxias do Sul (RS), Madelaine cursou Agronomia na Universidade Federal de Pelotas e, desde o início, se interessou pela entomologia e pelo controle biológico. “Naquela época chamávamos tudo isso de agricultura alternativa. E logo me interessei pelo emprego de insetos, como os crisopídeos, para combater pragas em diferentes culturas”.

Em 1989, a pesquisadora veio a Minas Gerais para fazer seu mestrado em Fitopatologia/ Entomologia pela Universidade Federal de Lavras (Ufla).

“Em 1992, ingressei na Epamig. Os primeiros trabalhos foram com soja e algodão, mas já na área de controle biológico. Fizemos as primeiras liberações de parasitóides para o controle de percevejos na soja na região do Cerrado, em 1995”.

Depois desse período, Madeleine ficou quatro anos fora e fez doutorado em Biologia Populacional, pela Universidade de Amsterdam.

“Foi quando minha mente se abriu. Passei a estudar ecologia e voltei com a cabeça mais aberta para não só buscar resolver o problema imediato, mas procurar as causas, o mecanismo e trabalhar com soluções baseadas na natureza”.

No retorno do doutorado, a pesquisadora foi transferida para a Epamig Sudeste, em Viçosa, onde atua desde o ano 2000.

“Quando eu vim para Viçosa, iniciei os trabalhos com café e algumas hortaliças, principalmente, com a pimenta, que é muito importante para a região,”.

“Os trabalhos com café consistem na busca por estratégias e plantas que possam ser associadas ao café de modo a diminuir ou zerar o uso de agrotóxicos”, ressalta.

O pós-doutorado, também em Biologia Populacional, realizado na Universidade da Califórnia, reforçou a atuação na agroecologia e na cafeicultura regenerativa.

“Hoje todos os projetos estão concentrados nisso e a gente tem conseguido muitas parcerias, tanto com empresas privadas, quanto com as agências de fomento, para implantar unidades modelo em regiões cafeeiras com o intuito de diminuir ou zerar o uso de agrotóxicos. Os trabalhos começaram na Zona da Mata e hoje a gente tem muitas ações no Cerrado e demandas para o Sul de Minas e outras regiões produtoras”.

Segundo ela, a demanda pelos resultados dessas pesquisas tem aumentado. “Costumo dizer que a gente criou essa onda de biológicos. Quando a demanda veio, nós já tínhamos as tecnologias prontas. Estamos prontos para atender. É gratificante ver os resultados, ter esse feedback dos produtores, ver crescer a demanda por parcerias”, finaliza Madelaine.


Orgulho dos novos profissionais

Com mais de três décadas de atuação na área, Madelaine tornou-se referência em agroecologia e controle biológico de plantas. A ida para Viçosa, possibilitou que a pesquisadora, atuasse também como orientadora em cursos de pós-graduação nas áreas de Entomologia e Defesa Sanitária Vegetal, na Universidade Federal de Viçosa, outro motivo de orgulho.

“Orientei diversos estudantes no Mestrado, no Doutorado e agora no Pós Doc. E, inclusive, duas dessas orientadas estão na lista da Forbes também. Me dá uma alegria muito grande saber que ajudei a formar pessoas, mulheres, que estão sendo referência”, conta, citando as doutoras Fernanda Andrade, do Consórcio de Pesquisa Café, que atua na Epamig, e Mayara Loos Franzin, atualmente na Nestlé.

A Agência Minas é um portal de notícias mantido pelo governo do Estado de Minas Gerais que divulga as ações de governo e prestação de serviços ao consumidor do serviço público.