Ouvindo...

Mão de obra qualificada é o principal desafio para a cafeicultura

Diagnóstico da UFV nas principais regiões produtoras de Minas identificou que falta mão de obra e a que existe é pouco qualificada

Mão de obra é escassa na cafeicultura

A mão de obra é o principal desafio da cafeicultura mineira. A análise foi apontada pelo diagnóstico realizado pela Universidade Federal de Viçosa (UFV), em parceria com a Secretaria de Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Seapa), e apresentado aos representantes da cadeia produtiva durante workshop, realizado em Belo Horizonte.

A pesquisa, intitulada “Diagnóstico Estratégico da Cadeia Produtiva Agroindustrial do Café em Minas Gerais”, percorreu as cinco regiões-chaves do estado, Manhuaçu (Matas de Minas), Patrocínio (Cerrado), Carmo de Minas (Mantiqueira), Guaxupé (Sudoeste de Minas) e Capelinha (Chapadas de Minas) para identificar os desafios e oportunidades que impactam o setor.

📲 Já se inscreveu no canal da Itatiaia no Whatsapp? Clique aqui e receba as principais notícias do dia. 🤳🏼

⚠️ Os grupos e comunidades da Itatiaia serão desativados em breve. Por isso, se inscreva no canal pra ficar sempre atualizado.⚠️

O secretário de Agricultura Thales Fernandes destacou a importância da iniciativa. “É fundamental discutir ações para melhorar a competitividade da cadeia produtiva do café em Minas Gerais, que é um dos nossos produtos mais emblemáticos. Somos um dos principais produtores de café do mundo e este é um segmento muito dinâmico. A competitividade tem que estar sempre sendo exercida e não podemos nos acomodar. É fundamental discutir os diversos temas que impactam o setor”, avalia.

O subsecretário de Política e Economia da Seapa, Caio Coimbra, acredita que o diagnóstico da UFV seja um bom norteador para a construção de políticas públicas que oportunizem mais possibilidades de treinamentos e qualificações profissionais no campo. “Mais bem preparadas, as pessoas podem conseguir remunerações melhores e maior identificação com suas atividades, mantendo-se no campo com uma boa qualidade de vida e perspectivas de crescimento”.

Além da disponibilidade e da qualidade da mão de obra, foram debatidos mais quatro desafios da cafeicultura: certificação e indicação geográfica, qualidade do grão, produtividade e inovação tecnológica e políticas públicas.

“Durante o workshop, foram levantadas perguntas importantes, incluindo: “onde a cadeia produtiva do café de Minas Gerais deseja estar daqui a 50 anos”, “quais políticas de estado serão implementadas para apoiar a produção de café e quais ações estratégicas podem ser tomadas para alcançar os objetivos da cadeia e melhorar seu desempenho”, relata o professor-adjunto da UFV e coordenador do estudo Gustavo Bastos Braga.

Entre as alternativas discutidas nos grupos de trabalho, destacam-se a melhoria e o treinamento da gestão das propriedades rurais, o desenvolvimento de tecnologias para a redução da pressão de demanda da mão de obra, o fortalecimento do Fundo Estadual do Café (Fecafé), o estímulo às políticas de crédito com juros acessíveis aos produtores, a promoção de treinamento e marketing para a instalação de microtorrefadoras.

Também estiveram presentes no workshop o reitor da UFV, Professor Demetrius David da Silva, o secretário-adjunto da Agricultura, João Ricardo Albanez, e o subsecretário de Política e Economia da Seapa, Caio Coimbra.

Maria Teresa Leal é jornalista, pós-graduada em Gestão Estratégica da Comunicação pela PUC Minas. Trabalhou nos jornais ‘Hoje em Dia’ e ‘O Tempo’ e foi analista de comunicação na Federação da Agricultura e Pecuária de MG.