Não por acaso, ela nasceu em 8 de março, Dia Internacional das Mulheres. Nilde Antunes Rodrigues Lage, natural de Porteirinha, no Norte de Minas, completa, hoje, 60 anos, e se diz realizada e feliz com a própria trajetória. Ela é formada em Administração de Empresas e, desde 2019, preside a Associação Central dos Fruticultores do Norte de Minas (Abanorte). Ela também é empresária, produtora de banana, presidente da Comissão de Fruticultura da Federação da Agricultura de Minas Gerais (FAEMG), vice-presidente do SICOOB CREDIVAG; diretora de Relações Institucionais do Sindicato dos Produtores Rurais de Janaúba e vice-presidente da Comissão Técnica de Fruticultura da Confederação Nacional da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA).
Mas, antes de tudo isso, passou por alguns empregos até chegar ao cooperativismo de crédito rural onde trabalhou por 21 anos. “Fui a primeira mulher gerente de uma instituição financeira no Norte de Minas”, orgulha-se. Foi nesse ambiente que ela retomou o contato com as pessoas do campo, no mesmo período em que a fruticultura se consolidava na região. “Ainda trabalhando na cooperativa me tornei fruticultora e, vendo os desafios enfrentados pelos produtores, participei ativamente da fundação da Abanorte”, conta.
Em 1998, Nilde casou-se com o produtor rural Gustavo Wagner Drumond Lage, desligou-se da cooperativa em 2009 e retornou para o campo, onde atua até hoje com a bananicultura. Mãe do Guilherme e da Thamires, que atuam na empresa Sertão Agronegócios junto com ela, Nilde atualmente, está focada num projeto de desenvolvimento territorial do Norte de Minas. “Nossa ambição é começar pelas frutas e depois ir abraçando outras cadeias de produção como: mel, cachaça e carne…Tudo o que for produzido com a força do sol do sertão terá uma mesma marca que deverá atestar sua procedência e qualidade”.
Seguindo em frente
Indagada sobre se acha que, em algum momento da sua trajetória, alguém duvidou que ela seria capaz, a fruticultora pondera que “na vida sempre teremos alguém que vai duvidar, boicotar ou torcer contra, seja porque somos mulheres ou, simplesmente, porque fazemos bonito… Procuro pensar que a força do bem mora em mim e ela é mais forte do que qualquer força negativa que possa vir de outras pessoas. Sigo em frente”.
Nilde acha que algumas características femininas como uma maior sensibilidade, o espírito de conciliação, empatia, intuição e curiosidade, ajudam (e muito) no trabalho desempenhado por elas, qualquer que seja o ramo de atuação.