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Aumento das exportações e demanda do mercado interno fazem abate de suínos e produção de ovos baterem recorde histórico

Com menos carne bovina no mercado interno devido ao aumento das exportações, consumidor busca ‘proteínas substitutas’

Abate de suínos cresceu 5% em relação ao mesmo período do ano passado

O abate de bovinos aumentou 11,9%, o de suínos cresceu 5,0% e o de frangos subiu 0,9% neste terceiro trimestre de 2022, na comparação com o mesmo período do ano anterior. Com o resultado, o abate de suínos alcançou o patamar mais elevado da série histórica, iniciada em 1997.

A produção de ovos de galinha também bateu o recorde da série, alcançando 1,02 bilhão de dúzias. É o que demonstra a Estatística da Produção Pecuária divulgada, essa semana, pelo IBGE. Em relação ao segundo trimestre de 2022, as altas foram de 6,3% para o abate bovino, 2,4% para o suíno e 3,1% para o abate de frangos.

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“Com menos carne bovina no mercado interno, devido às exportações em alta e aos níveis de abate ainda abaixo daqueles observados entre 2017 e 2019, o consumidor acaba buscando as proteínas substitutas”, explica Bernardo Viscardi, supervisor da pesquisa. “Diante desse cenário, o abate de suínos e de frangos alcançou números expressivos no terceiro trimestre”, acrescenta.

Cabeças de gado

Foram abatidas 7,85 milhões de cabeças de bovinos neste terceiro trimestre. Agosto foi o mês de maior atividade, com 2,69 milhões de cabeças (5,8% acima do mês equivalente de 2021), enquanto setembro apresentou a menor atividade do trimestre, com 2,56 milhões de cabeças abatidas. “A variação positiva de 32,3% ante setembro do ano passado deve-se, em grande parte, ao embargo chinês à carne bovina brasileira vigente entre setembro e dezembro de 2021 por conta de dois casos atípicos de Encefalopatia Espongiforme Bovina”, comenta Viscardi.

O abate gerou 2,13 milhões de toneladas de carcaças, aumentos de 11,6% em comparação com o mesmo período de 2021 e de 9,6% em relação à quantidade auferida no trimestre imediatamente anterior. A região Centro-Oeste apresentou a maior proporção de abate de bovinos no período, 36,9% do total, seguida pelas regiões Sudeste (22,7%), Norte (20,3%), Sul (11,6%) e Nordeste (8,5%).

Exportações de carne bovina cresceram

As exportações brasileiras de carne bovina in natura acumularam 573,46 mil toneladas, o que representa 34,9% do peso equivalente de carcaças produzido nesse intervalo. Esse montante é o melhor resultado para um trimestre, considerando a série histórica iniciada em 1997. Tal patamar representa aumento de 7,4% no volume exportado em comparação com o terceiro trimestre de 2021. Em relação ao trimestre imediatamente anterior, houve acréscimo de 24% no volume exportado, acompanhado de um aumento de 18,6% do faturamento.

Maria Teresa Leal é jornalista, pós-graduada em Gestão Estratégica da Comunicação pela PUC Minas. Trabalhou nos jornais ‘Hoje em Dia’ e ‘O Tempo’ e foi analista de comunicação na Federação da Agricultura e Pecuária de MG.