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Suinocultores debatem oportunidades do Biogás e do Crédito de Carbono

Produtores vão se reunir na sede da Assemg nesta quinta-feira (29)

Gestora executiva da Assemg, Bianca Costa

A Associação dos Suinocultores do Estado de Minas Gerais (ASEMG) promove nesta quinta-feira (29), às 11h, o workshop “Oportunidades do Biogás e Crédito de Carbono”. A gestora executiva da Associação, Bianca Costa, explica que os dois temas têm grande impacto na suinocultura, tanto no que se refere ao meio ambiente quanto a possíveis gerações de receitas, uma vez que a produção de energia se dá a partir dos dejetos suínos, ação que vem revolucionando a sustentabilidade das granjas, gerando energia limpa, destinando adequadamente os dejetos e trazendo economia.

“No caso do crédito de carbono partimos do mesmo pressuposto: provém destino adequado aos dejetos, participa das metas de sequestro de carbono, o que nos leva às metas internacionais de baixa emissão do elemento químico e também pode gerar lucratividade ao suinocultor”, disse.

Conceito

Para quem não sabe, o CRÉDITO DE CARBONO é um conceito que surgiu em 1997, dentro do acordo ambiental do Protocolo de Kyoto com o objetivo de reduzir a emissão dos gases do efeito estufa no planeta para combater as mudanças climáticas que geram grande preocupação mundial.

Portanto, é como se o crédito de carbono fosse uma moeda, onde um crédito equivale a uma tonelada de CO2 (dióxido de carbono) que deixou de ser produzido e liberado ao meio ambiente.

No caso dos biodigestores, que existem nas granjas, os dejetos da suinocultura, que antigamente eram descartados diretamente no meio ambiente, passam por um biodigestor, que queima o gás metano evitando que este chegue à atmosfera. O biodigestor, então, produz eletricidade que pode ser utilizada pelo produtor para usar nas próprias granjas, residências e pequenas indústrias. Depois de tratados, os resíduos ainda podem ser usados como adubo na fertirrigação de pastagens.

Além de tudo isso, o biodigestor produz divisas: o gás metano queimado é comprado por empresas no exterior, para compensar a poluição que produzem em seus países.

Oportunidades

A expectativa dos organizadores é de que cerca de 100 associados participem do evento na Assemg. O intuito, de acordo com Bianca, é que durante as palestras e troca de ideias, os suinocultores “vislumbrem oportunidades que a produção de energia, a partir do biogás, possam trazer para seus negócios”.

Suinocultura no Estado

Minas Gerais conta com cerca de 400 granjas industriais, empregando mais de 160 mil pessoas. Somos o Estado que mais consome carne suína no país; o 4º maior produtor e também o 4º maior exportador, perdendo apenas para os três estados do sul, que têm facilidade de escoamento da produção devido aos portos.

“Somos uma cadeia extremamente tecnificada, organizada e sustentável, produzimos uma proteína de extrema qualidade, sanidade e sabor, mas precisamos avançar principalmente na área tributária já que os impostos, muitas vezes, tornam o negócio menos competitivo em relação a outros Estados.

Palestrantes:

  • Fernando Costa - auditor fiscal federal do Ministério da Agricultura Pecuária e Abastecimento(MAPA);

  • Fabiana Vilela- Médica-veterinária e analista de agronegócio do Sebrae-MG;

  • Neudi Mosconi - Sócio Administrador da Empresa Me Le Biogás Brasil Ltda

  • Dr. Heleno Quevedo de Lima - Graduado em Engenharia de Energia e Desenvolvimento Sustentável pela Universidade Estadual do Rio Grande do Sul, Mestre e Doutor em Energia pela Universidade Federal do ABC;

  • Fábio Soares - Doutor na área de Energia pela Universidade Federal do ABC e Pós Doutor no Instituto de Energia e Ambiente (IEE) da Universidade de São Paula (USP).

As inscrições são gratuitas. Acesse o site do Sympla. A sede da Assemg fica no Parque da Gameleira - Av. Amazonas, 6020, Gameleira.

Maria Teresa Leal é jornalista, pós-graduada em Gestão Estratégica da Comunicação pela PUC Minas. Trabalhou nos jornais ‘Hoje em Dia’ e ‘O Tempo’ e foi analista de comunicação na Federação da Agricultura e Pecuária de MG.