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Minas deverá produzir 7 mil toneladas de banana em 2022

Estado é o terceiro maior produtor do país; mercado interno está aquecido, mas exportações ainda são um desafio

Fruta é a mais querida do Brasil, mas encontra dificuldades para exportação

Hoje é o Dia Nacional da Banana. Quem não ama? Ela é a fruta mais consumida em todo o mundo, talvez por ser fácil de descascar e versátil, podendo ser consumida pura ou em receitas rápidas. Aqui em Minas, sua produção tem grande importância econômica. De acordo com o IBGE, temos 48,3 mil hectares de plantações da fruta, com uma produção anual de 800 mil toneladas, gerando cerca de 25 mil empregos diretos e indiretos. Não por acaso, somos o terceiro estado maior produtor do país, atrás apenas de São Paulo e Bahia.

Em 2022, segundo o Instituto, o Brasil deverá produzir 7094,6 toneladas de bananas. O Norte do Estado é a maior região produtora, colhendo, em média, 22 mil/Kg por ha, o que representa 52% do total produzido.


Maiores Municípios Produtores

1º Jaíba

2º Delfinópolis

3º Janaúba

4º Nova Porteirinha

5º Nova União

Maiores Estados Produtores


1º São Paulo

2º Bahia

3º Minas Gerais

4º Santa Catarina

5º Pernambuco

O Brasil é 4º maior produtor de banana do mundo, mas só exporta em torno 1%. Os principais países compradores são: Estados Unidos, Argentina, Canadá e Reino Unido.

Desafios da produção

A presidente da Abanorte (Associação Central dos Fruticultores do Norte de Minas), produtora de banana e presidente da Comissão Técnica de Fruticultura da Federação da Agricultura e Pecuária de Minas Gerais (FAEMG), Nilde Antunes Lage, disse que os produtores têm que lidar com os altos custos de produção - grande parte atrelada ao dólar - mudanças bruscas no clima, carência de profissionalização e necessidade de avançar em questões como rastreabilidade e certificação.

“Precisamos também desenvolver novos genótipos da banana Prata, que sejam resistente às fusarioses, promover melhorias no manejo de produção, na colheita, no pós-colheita e nos processos de logística e armazenamento. Com isso, reduziríamos perdas que chegam a 30%”. Nilde também aponta a necessidade do desenvolvimento de novas tecnologias que aumentem a ‘vida verde’ da banana para fins de exportação. Segundo ela, há uma demanda pelo consumo da fruta, especialmente da Europa, mas ainda temos dificuldade com o transporte. “A exportação via aérea fica muito cara e pelo mar a fruta chegaria lá, passada”, explicou a presidente, acrescentando que o desenvolvimento de uma tecnologia para retardar o amadurecimento da banana está em curso, por meio de uma parceria entre a Abanorte e a Unimontes.

De qualquer forma, o mercado interno está dando conta do recado, absorvendo toda a produção e até com uma demanda maior que a oferta. “Tivemos queda na produção porque os produtores não conseguiram adubar os bananais de forma adequada em função do aumento dos insumos. Além disso, tiveram que lidar com as intempéries do clima”.

Nutróloga fala dos nutrientes e benefícios

A médica nutróloga Luiza Andrade Araújo Campos lembra que a banana é um alimento de alto valor nutricional. Em mais ou menos 100 gramas da fruta tem 25 gramas de carboidrato, que é um macronutriente que fornece energia. “Tem também gordura, mas em quantidade baixa, e cerca de 1,5 gramas de proteína. Além disso, a banana tem vitaminas e minerais como a vitamina C, vitaminas do complexo B, cálcio, magnésio, manganês, fósforo e potássio. Por isso, ela é um dos alimentos mais queridos por quem faz atividade física, pois além do fornecimento de energia, previne câimbras devido à concentração de magnésio, o cálcio e o potássio”. explica a médica.

Luiza cita ainda o triptofano que é um aminoácido que se converte num neurotransmissor chamado serotonina que ajuda a equilibrar a sensação de estresse e a regular a qualidade do sono. Acha que acabou? Nada.

A banana tem ainda, em sua composição, flavonoides e ácidos fenólicos que são compostos antioxidantes com efeito antitrombótico, vasodilatador e anti-inflamatório.

E outra particularidade que pouca gente sabe. A banana verde cozida se transforma numa biomassa que é considerada um alimento funcional por ser rico em prebióticos e por ter uma quantidade boa de amido resistente. Um alimento com essas características auxilia assim na redução da glicose, do colesterol e melhora a qualidade de distúrbios intestinais, ao regularizar a microbiota intestinal. “Enfim, é um alimento com alto valor nutricional, versátil e, ainda por cima, é uma delícia1”.

Maria Teresa Leal é jornalista, pós-graduada em Gestão Estratégica da Comunicação pela PUC Minas. Trabalhou nos jornais ‘Hoje em Dia’ e ‘O Tempo’ e foi analista de comunicação na Federação da Agricultura e Pecuária de MG.