Degustar um delicioso cafezinho está mais caro. O produto sofreu um aumento de 58% nos últimos 12 meses, de acordo com o IBGE. Segundo a Cooperativa Central do Cafeicultores, a safra de 2022, embora ainda não tenha sido concluída, já está 16% menor que a de 2021 e 53% abaixo da de 2020.
A explicação está na inconstância do clima: houve excesso de chuva e geada na safra de 2020 e esse ano os produtores enfrentam um longo período de estiagem. A última chuva foi registrada em fevereiro, com ocorrências apenas pontuais nos meses subsequentes.
A analista de agronegócio da Federação da Agricultura do Estado de Minas Gerais (FAEMG), Ana Carolina Gomes, lembra que as safras de café são bianuais e os cafeicultores vêm de dois anos muito difíceis, com a intempéries climáticas, impactando diretamente na produção. “É certo que teremos uma quebra de safra. Os números ainda não foram finalizados. Mas a quebra é uma realidade. Só não sabemos o quanto”, disse.
Ana Carolina explica que o aumento nos preços ao consumidor final é uma consequência da conhecida ‘lei da oferta e da procura’. Ela acredita que as pessoas não deixam de tomar café por estar mais caro. “Elas podem até optar por uma marca mais em conta, mas não deixam de consumir”. Com a procura mantendo-se estável e a indústria produzindo menos, a tendência é que os preços aumentem nas gôndolas dos supermercados”.
(*) Com informações de Gustavo Cícero