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CPI das Pirâmides Financeiras pede à Justiça que Ronaldinho Gaúcho não deixe o Brasil

Comissão quer obrigar ex-jogador a prestar depoimento sobre criptomoedas e tenta ouvi-lo na próxima quinta-feira

Ronaldinho Gaúcho

A Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) das Pirâmides Financeiras pediu à Justiça Federal do Rio de Janeiro, em caráter de urgência, que o ex-jogador Ronaldinho Gaúcho seja impedido de sair do Brasil.

A solicitação é para que a medida valha até que ele preste depoimento à comissão sobre suposta participação em esquema com criptomoedas.

Ronaldinho já faltou duas vezes à CPI. O ex-jogador informou, por meio da defesa, de acordo com a comissão, que irá viajar para o exterior nesta sexta-feira (25).

Em um ofício encaminhado nesta noite à justiça, ao qual a CNN teve acesso, a comissão solicita a condução coercitiva — ou seja, que Ronaldinho seja levado pela polícia à Câmara dos Deputados, na próxima quinta-feira, dia 31 de agosto. Seria uma nova tentativa de ouvi-lo no caso.

O presidente da comissão, Áureo Ribeiro, argumenta que não cabe ao ex-jogador decidir se quer ou não prestar depoimento. No documento, ele diz que a “oitiva da testemunha Ronaldo de Assis Moreira (Ronaldinho Gaúcho) é imprescindível para a continuidade dos trabalhos” da comissão.

“A saída da testemunha do país, prevista para o dia 25 de agosto de 2023, frustra completamente a investigação em curso por parte desta CPI, motivo pelo qual a decretação da proibição do depoente deixar o país se faz urgentíssima”, enfatiza no ofício encaminhado à Justiça.

A CPI tentou ouvir o ex-atleta em duas oportunidades nesta semana. Na terça-feira (22), apesar da sessão organizada para oitiva, ele alegou que não havia sido devidamente intimado.

Já nesta quinta-feira (24), a defesa de Ronaldinho informou que ele foi prejudicado pelo mau tempo e não conseguiu pegar o voo.

A comissão destaca que, “como divulgado amplamente pela imprensa”, a interrupção dos voos, no aeroporto de Porto Alegre, foi registrada nesta quarta-feira (23), até 16h29 da tarde, o que não justificaria a ausência no depoimento, nesta sexta-feira, marcado para 10h.

No documento, a comissão ressalta que Ronaldinho obteve no Supremo Tribunal Federal o direito de ficar calado na comissão. A mesma decisão prevê, no entanto, que o ex-jogador é obrigado a comparecer.

A convocação de Ronaldinho Gaúcho foi feita pela CPI porque os deputados querem entender a participação do ex-jogador em uma empresa, alvo de questionamentos por supostamente atuar como pirâmide financeira “devido às promessas de altos e rápidos retornos”, conforme a justificativa do requerimento aprovado pelo colegiado.

Segundo a defesa dele, o documento “imputa ao paciente [Ronaldinho] a condição de envolvido em fraudes” por trazer “manifesta indicação” de que ele “teria envolvimento com fraudes com investimentos em criptomoedas”.

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