O ministro da Fazenda, Fernando Haddad (PT), e a ministra do Planejamento e Orçamento, Simone Tebet (MDB), são contrários ao nome ventilado como possível indicação do Partido dos Trabalhadores (PT) para a presidência do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
As informações são da âncora da CNN Tainá Falcão.
O nome em questão é o economista Marcio Pochmann, que foi presidente do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) entre 2007 e 2012 e, mais recentemente, da Fundação Perseu Abramo, ligada ao PT.
Desde o início de janeiro, o IBGE está sendo presidido interinamente pelo diretor de pesquisas do Instituto, Cimar Azeredo Pereira.
Fontes do Palácio do Planalto ouvidas pela CNN relataram que Tebet e Haddad estão alinhados com a tese de que Pochmann não deve ser o nome para o cargo.
A CNN apurou que Pochmann é criticado entre a equipe de Tebet no Ministério do Planejamento, por exemplo, sendo considerado um “terraplanista econômico”.
Nessas críticas, o economista também é acusado de “maquiar dados”, sendo comparado ao que houve na economia argentina durante as gestões Kirchner, com manipulações de dados para manter a meta da inflação de 10% ao ano.
Esse é o exemplo que está sendo utilizado nos bastidores do Ministério do Planejamento para se referir a Pochmann e justificar a ressalva contra sua indicação ao IBGE.
Fontes aliadas do Palácio do Planalto relataram à CNN que o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, também tem feito reclamações sobre a possível indicação, dizendo que Pochmann é da ala mais radical do partido.
As críticas, nesse caso, apontam para um aparelhamento político do IBGE e alegam que o Ipea foi conduzido por viés ideológico e político quando Pochmann esteve à frente.
Segundo apurou a CNN, Tebet tem a palavra final sobre o nome que será indicado ao IBGE. A ministra esteve na segunda-feira (24) em uma reunião com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e havia a expectativa para que o martelo fosse batido em relação ao nome para o cargo.
À CNN, Tebet desconversou e disse que o assunto não esteve na pauta da reunião.
Após a reunião, a presidente do PT, Gleisi Hoffmann, foi às redes sociais defender o nome de Pochmann. “Indicação de Marcio Pochmann para o IBGE é muito bem-vinda. Intelectual histórico, Pochmann tem um olhar aguçado para as pesquisas na área social, é um democrata que pensa um Brasil mais justo”, escreveu.
“Em tempos de profunda desigualdade, é a escolha ideal para o cargo. Na torcida aqui”, completou a deputada.
*Publicado por Léo Lopes, com informações de Tainá Falcão