Publicada no Diário Oficial da União desta quarta-feira a exoneração do ministro do Turismo, Marcelo Álvaro Antônio, único mineiro no 1º escalão do Governo Bolsonaro. Reeleito deputado federal pelo PSL de Minas Gerais no ano passado com a maior votação do Estado (230.008 votos), Marcelo aparece em matéria da Folha de S. Paulo sobre um esquema de candidaturas laranjas em Minas Gerais para desviar recursos eleitorais e beneficiar empresas ligadas a seu gabinete na Câmara.O decreto não justifica a exoneração. A gestão Bolsonaro não deu detalhes sobre a demissão do ministro.
A assessoria de imprensa do ministro esclarece que a exoneração foi publicada para que ele tome posse como deputado, o que não ocorreu antes por motivo de doença.
Bolsonaro exonerou temporariamente, no dia 1º, três ministros que possuem mandato na Câmara para que votassem na eleição à presidência da Casa: Onyx Lorenzoni (DEM-RS), da Casa Civil, Tereza Cristina (DEM-MS), da Agricultura, e Osmar Terra (MDB-RS), da Cidadania. Após a votação, os três foram reconduzidos aos cargos. O ministro do Turismo, no entanto, não foi envolvido na operação.
Laranjas
De acordo com a reportagem, quatro candidatas do PSL receberam R$ 279 mil do comando nacional do partido de Bolsonaro para suas campanhas. Elas ficaram entre as 20 candidaturas do partido que mais receberam recursos no País. Contudo, a baixa votação recebida por elas - menos de mil votos cada uma - indica a possibilidade de que tenham sido de fachada.
Do montante recebido, R$ 85 mil foram usados para contratar serviços de quatro empresas de assessores, parentes ou sócios de assessores do atual ministro, diz a publicação. No Twitter, Álvaro atacou a reportagem e disse que o jornal tenta desestabilizar o governo.
“Hoje, sou o alvo de uma matéria que deturpa os fatos e traz denúncias vazias sobre nossa campanha em Minas Gerais. A distribuição do Fundo Partidário do PSL cumpriu rigorosamente o que determina a lei”, escreveu o ministro, que ainda argumentou que as contratações feitas na sua campanha para a Câmara Federal “foram aprovadas pela justiça eleitoral”.