‘Tempestades severas': antecipando a chegada de uma nova frente de intensidade bastante variável

Segundo o relatório, uma frente de tempestade avançará, deixando precipitações desiguais conforme a região

Imagem ilustrativa

Em pleno avanço da campanha de grãos de ciclo longo, com a soja já semeada em grande parte do país e o milho precoce transitando por etapas cruciais, o campo também acelera a colheita de trigo. Nesse duplo front produtivo, o clima define o ritmo e marca os tempos de trabalho.

Neste contexto, a Bolsa de Cereais de Buenos Aires publicou sua Perspectiva Agroclimática semanal, detalhando o que se espera em termos de chuvas e temperaturas para a área agrícola argentina até o dia 17 deste mês.

Chuvas heterogêneas e alerta de tempestades

Segundo o relatório, uma frente de tempestade avançará, deixando precipitações desiguais conforme a região. A entidade prevê “chuvas de intensidade muito variada em grande parte da área agrícola, exceto por uma faixa de registros escassos a nulos sobre o oeste e o sul de sua extensão”.

Os maiores acumulados se concentrarão no leste do NOA, no nordeste de Cuyo, no Chaco, e nas regiões norte e centro da região pampeana, com “precipitações moderadas a abundantes (25 a 75 mm), focos de registros menores e amplos focos de tempestades severas, com ventos, aguaceiros torrenciais e possível queda de granizo sobre o norte de sua extensão”.

Em contraste, haverá zonas que receberão muito pouco ou diretamente nada. O informe aponta que “o extremo noroeste do Paraguai, o oeste do NOA, a maior parte de Cuyo e o sudoeste da região pampeana observarão registros escassos a nulos”.

Para produtores que estão definindo fertilizações, manejos de plantas daninhas ou avanços de semeadura de segunda safra, a heterogeneidade prevista exige um acompanhamento rigoroso da evolução local das tempestades.

Onda de Calor e queda de temperatura

O documento indica que toda a passagem da frente será acompanhada por uma acentuada elevação térmica. “Os ventos do trópico soprarão, produzindo temperaturas acima do normal na maior parte da área agrícola, com focos de calor intenso sobre seu extremo norte”.

Isso se traduzirá em máximas superiores 35ºC no leste do NOA, leste de Cuyo, Chaco, Mesopotâmia e norte da Região Pampeana, com setores acima de 40ºC em direção ao norte. Mais ao centro e sul do país, a Bolsa de Cereais de Buenos Aires detalhou que outras zonas terão máximas entre 30ºC e 35ºC, enquanto grande parte de Buenos Aires se moverá entre 25ºC e 35°C.

O cenário mudará drasticamente após a passagem da frente. A entidade afirma que “junto com a frente, chegará uma entrada tardia de ventos do sul, causando temperaturas mínimas abaixo do normal em grande parte da área agrícola”.

Os declínios serão significativos e se farão sentir em distintos pontos. Nas zonas serranas e cordilheiras do NOA e de Cuyo, haverá “temperaturas mínimas abaixo de $0^\circ \text{C}$, com geadas gerais e localizadas”. Um segundo núcleo frio abrangerá o centro-oeste do NOA, centro-oeste de Cuyo, as serranias de Buenos Aires e o leste do Uruguai. Ali, as mínimas ficarão entre 0º C e 5ºC, com “risco de geadas localizadas”.

Em grande parte da Região Pampeana, as temperaturas mínimas se situarão entre 5ºC e 10ºC. Embora não representem risco de geadas, implicam um resfriamento acentuado para a época, com possível impacto no ritmo de crescimento das lavouras.

Finalmente, apenas o norte da região pampeana, o Chaco e a Mesopotâmia manterão registros superiores a 15ºC, ficando à margem do pulso frio que atravessará o resto da área agrícola. Essas temperaturas inusualmente baixas para meados de dezembro obrigam a tomar precauções em talhões sensíveis, especialmente milho precoce e semeaduras recentes de soja.

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