O trabalho noturno ou em horários considerados fora do padrão nos Estados Unidos é uma questão que afeta desproporcionalmente a população imigrante. Dada a alta prevalência de maus hábitos de sono e os graves problemas de saúde acarretados por essa desregulação, a busca por ferramentas que ajudem a conciliar o descanso tornou-se uma prioridade de saúde pública.
Pesquisas indicam que um tipo específico de suplemento — o Bisglicinato de Magnésio — pode oferecer uma solução eficaz para mitigar os riscos do Transtorno do Sono por Trabalho por Turnos (SWSD, na sigla em inglês).
Latinos em maior risco de turnos incomuns
Um estudo do New American Economy, citado pelo American Immigration Council, revelou uma tendência clara: em condições semelhantes às de seus pares nascidos nos EUA, os imigrantes têm uma probabilidade significativamente maior de serem designados a “horários inusuais” de trabalho.
A pesquisa de 2017 apontou dados que reforçam essa desigualdade:
Os migrantes tinham 15,6% mais chances de não ter um horário de trabalho padrão, comparado a empregados similares nascidos nos EUA.
Empregos não qualificados mostram a diferença mais acentuada, com 18,2% mais chances para os estrangeiros.
A segregação por gênero é ainda mais dramática: entre as mulheres imigrantes, o percentual sobe para 24,2% em comparação com as trabalhadoras nascidas no país.
Efeitos na saúde dos trabalhadores noturnos
O trabalho por turnos noturnos desregula o relógio biológico e está diretamente associado ao SWSD, cujos efeitos incluem problemas para dormir, sonolência excessiva e fadiga crônica.
Outra pesquisa de 2017, realizada por especialistas dos EUA e Canadá, destacou que o SWSD é frequentemente ligado a consequências de saúde mais sérias, como:
Ansiedade e Depressão.
Prejuízo geral na saúde física e mental.
Diante do risco de uma qualidade de vida deficiente devido a esses horários, encontrar formas de induzir um sono reparador tornou-se uma necessidade urgente.
O poder do bisglicinato de magnésio
Uma investigação liderada por Julius Schuster, Igor Cycelskij, Adrian Lopresti e Andreas Hahn avaliou especificamente a eficácia do Bisglicinato de Magnésio em adultos com dificuldade para dormir.
O estudo de 2025, de duplo-cego e controlado por placebo, incorporou 155 adultos com problemas de sono. Durante quatro semanas, um subgrupo recebeu placebo e outro, a combinação de 250 mg de magnésio e 1523 mg de glicina (os componentes do bisglicinato).
Os resultados demonstraram que o suplemento teve um impacto positivo e estatisticamente significativo:
O grupo que recebeu o Bisglicinato de Magnésio apresentou uma diminuição maior nas pontuações do Índice de Gravidade da Insônia.
Os efeitos benéficos surgiram principalmente nas duas primeiras semanas de uso e se mantiveram consistentes.
Os autores ressaltaram que o magnésio é fundamental por sua função neural, auxiliando na produção de melatonina (o hormônio do sono) e na redução dos níveis de cortisol (o hormônio do estresse). A glicina, por sua vez, complementou a ação ao interagir com neurotransmissores e reduzir a temperatura corporal central, um fator crucial para a indução do sono.
Apesar de a melhora ter sido descrita como modesta, sua significância estatística reforça a importância desse tipo de magnésio como uma ferramenta viável para otimizar o descanso em populações vulneráveis aos distúrbios do sono, como os trabalhadores noturnos imigrantes.