Em um cenário de desafios climáticos e oscilações nos preços do mercado internacional, a Minasul vem buscando soluções inovadoras e sustentáveis para aumentar a produtividade e a rentabilidade de seus cooperados. Ferramentas de manejo que otimizam os benefícios no campo, estão cada vez mais presentes na vida do produtor rural, e a técnica de polinização assistida é uma delas. Este manejo envolve a utilização de abelhas em momentos específicos dentro das lavouras de café para otimizar o processo de polinização na florada do café.
Os principais benefícios obtidos desta prática, são aumento de produtividade e potencial de qualidade das lavouras onde foram implantados tais tratamentos. Nesta safra, dois cooperados, que trabalharam com a polinização assistida em suas propriedades, apresentaram resultados promissores no cultivo do café arábica e receberam um prêmio pelas suas produções.
A Minasul, por meio do Departamento de Sustentabilidade, implementou, em um grupo de produtores rurais, um projeto de polinização assistida, que teve início em 2023. Para isso, a cooperativa firmou parceria com a AgroBee, uma startup brasileira de tecnologia e inovação por meio do manejo seguro de abelhas de maneira integrada às lavouras de café. A empresa é pioneira e a principal referência no mercado de polinização assistida.
A parceria consistiu em introduzir colméias em talhões estratégicos da lavoura cafeeira no período de pré-florada do café, fomentando o aumento de eficiência na polinização das plantas.
De acordo com um estudo realizado pela Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa – Meio Ambiente), com apoio de uma grande empresa de defensivos agrícolas, entre 2021 e 2023, a inserção de colônias de abelhas nos cafezais pode proporcionar um aumento significativo na produtividade, estimado em 16,5% por hectare. Esse incremento tem o potencial de elevar a receita anual da produção de café arábica em até R$ 22,43 bilhões, um impacto considerável para o setor cafeeiro brasileiro, que atualmente movimenta cerca de R$ 70 bilhões no mercado. A pesquisa foi realizada em fazendas de café nos Estados de São Paulo e Minas Gerais e mostrou que a introdução das abelhas não só aumentou a quantidade de grãos produzidos, mas também melhorou a qualidade do café. Com a polinização assistida, a nota sensorial da bebida aumentou em até 2,4 pontos, o que permitiu que parte da produção atingisse o status de café especial.
O projeto da Minasul, recebeu o nome de Minasul Favo de Mel, em referência a um dos labels de cafés especiais da cooperativa, que possui características marcantes de mel, melaço, sabor de favo de mel, acidez brilhante e corpo cremoso. Para alguns técnicos e entusiastas, uma das características mais importantes que um café deve ter é a doçura natural. O principal resultado conquistado neste projeto foi em relação a a granulometria (tamanho dos grãos) do café, que obteve peneiras altas durante a classificação. A peneira alta e os atributos sensoriais da produção da safra analisada dos cooperados, permitiram que os mesmos tivessem o café chancelado pela Minasul com o selo Favo de Mel, que compõe o portfólio de labels de cafés especiais da cooperativa. Com o reconhecimento, o produto passou a ter mais valor no mercado global, sendo negociados à preços acima dos praticados.
Entre os cooperados que participaram do projeto, neste primeiro ano, dois se destacaram por atenderem todos os critérios e atributos do selo café especial Favo de Mel, e receberam uma premiação financeira pela venda do café. A Fazenda Santa Teresa, de Santana da Vargem, que é administrada pelo produtor Adriano Brito e seus irmãos, e a Fazenda Palheta, de Luminárias, foram agraciados com o prêmio.
O administrador da Fazenda Palheta, Talles Renan da Silva, comenta que os resultados foram satisfatórios acerca de produtividade e que considera dar continuidade no projeto. “A gente tenta sempre andar junto com a cooperativa para obter ganhos com esses projetos. O sentimento é de credibilidade, confiança e parceria”, diz Talles. “A Minasul sempre proporciona projetos de aumento na produtividade e de ganhos ao produtor. Sobre a polinização assistida, eu já tinha ouvido falar e acreditei. O resultado está aí”, conta o cooperado Adriano Brito, da Fazenda Santa Teresa.
Além dos benefícios econômicos, a polinização assistida oferece uma vantagem significativa em termos de sustentabilidade ambiental. A pesquisa da Embrapa monitorou, inclusive, a saúde das colônias de abelhas nativas sem ferrão e o impacto no manejo dos insetos, considerando os efeitos de defensivos comumente utilizados no controle de pragas.
Se a técnica for amplamente adotada pelos cafeicultores brasileiros, os impactos podem ser transformadores. Com base nos dados do estudo, a produtividade nacional pode aumentar até 20% com a polinização assistida. Isso não apenas beneficiaria os cafeicultores, mas também ajudaria o Brasil a manter sua posição como um dos maiores produtores de café do mundo.
Por meio do manejo controlado de abelhas, o cooperado pode também criar oportunidades de diversificação de renda. A depender do contrato firmado com a AgroBee, o cooperado pode ter direito a sobre a produção de mel, incrementando o mix de produtos da propriedade. A integração da cadeia produtiva de café e apicultores, já é vista de forma positiva pelos clientes da Minasul, que têm aumentado o interesse pelos labels da cooperativa.
“Acreditamos que a sustentabilidade precisa ser pensada de forma integrada, gerando valor para o meio ambiente, para o produtor e para o mercado. O projeto Favo de Mel mostra justamente isso: com uma solução natural, como o uso de abelhas para polinização, conseguimos aliar aumento de produtividade, melhoria da qualidade do café e preservação ambiental. É uma inovação que fortalece o cooperado e também responde às exigências do consumidor global, cada vez mais atento à origem e ao impacto dos alimentos que consome. Para a Minasul, fomentar esse tipo de iniciativa é reafirmar nosso compromisso com um futuro sustentável e competitivo para a cafeicultura.”, enfatiza o coordenador de Sustentabilidade da Minasul, Frederico Caldeira.
A adesão ao projeto Favo de Mel é voluntária para os cooperados da Minasul, que devem cumprir todas as exigências da chancela de cafés especiais que leva o mesmo nome. O contrato com a empresa de manejo das abelhas é firmado diretamente com o produtor interessado e o valor depende da modalidade contratada e a área beneficiada.
Além de fazer a ponte entre o cafeicultor e o apicultor, o Departamento de Sustentabilidade da Minasul, oferece todas as orientações necessárias para a implementação dos projetos.
