O avanço da eletrificação dos transportes pode ampliar de forma acelerada a demanda por minerais estratégicos, essenciais na fabricação de baterias e componentes de veículos elétricos. Segundo a Agência Internacional de Energia (IEA), esses automóveis utilizam cinco vezes mais minerais críticos do que os convencionais, com destaque para lítio, níquel, grafite e manganês.
O Brasil aparece como um dos países com maior potencial neste mercado, visto o amplo mapeamento de reservas minerais e a diversidade geológica do solo. Elaborado pelo Banco Nacional de Desenvolvimento (BNDES), a publicação Descarbonização dos transportes – Perspectivas diante da transição energética aponta que o país pode se consolidar como fornecedor estratégico de insumos que sustentam a transição energética global.
As baterias, que representam até 40% do valor de um carro elétrico, puxam a corrida tecnológica e devem crescer mais de 20% ao ano na próxima década, com 80% da produção voltada a veículos leves. De acordo com o estudo, esse movimento deve aumentar a pressão sobre a cadeia de suprimentos global e abrir espaço para investimentos nacionais em lítio, níquel e grafite.
Além das baterias, outros componentes também dependem de minerais críticos. Cabos, ligas metálicas e motores utilizam cobre, alumínio e terras raras. A publicação reforça que o aproveitamento desse potencial pode garantir ao Brasil vantagens econômicas e uma posição de destaque na descarbonização e fabricação do setor de transportes.