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Trump ordena que Exército combata cartéis da América Latina

Republicano intensificou guerra contra os cartéis desde que retornou à Casa Branca, com atenção especial ao tráfico de fentanil

Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump

O presidente Donald Trump afirmou nesta sexta-feira (8) que o governo está empenhado em proteger os Estados Unidos, anunciando que ordenou às Forças Armadas o combate direto aos cartéis latino-americanos designados pelo país como organizações “terroristas globais”, segundo a imprensa americana.

Desde seu retorno ao governo em janeiro, Trump intensificou a guerra contra os cartéis, especialmente para conter o tráfico de fentanil, potente opioide sintético. Em fevereiro, ele classificou oito grupos criminosos da América Latina como “terroristas globais”, incluindo o cartel mexicano de Sinaloa, o venezuelano Tren de Aragua e a gangue MS-13. Em julho, o Cartel de los Soles, supostamente liderado pelo presidente venezuelano Nicolás Maduro, foi acrescentado à lista.

“A América Latina tem muitos cartéis, têm muito tráfico de drogas, então, vocês sabem, queremos proteger nosso país. Temos que protegê-lo”, disse Trump a uma jornalista na Casa Branca, quando questionado sobre o envio de militares para enfrentar os cartéis.

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“Amamos este país como eles amam os seus países. Temos que protegê-lo”, afirmou durante um encontro com líderes do Azerbaijão e da Armênia. “Estamos enfrentando um desafio difícil, mas em breve teremos mais novidades”, completou, sem dar detalhes.

Vários veículos de imprensa nos EUA reportaram que Trump teria assinado secretamente uma ordem executiva para envolver o Exército na luta contra esses grupos. O New York Times, citando fontes anônimas, afirmou que o presidente pediu ao Pentágono para iniciar operações militares contra os cartéis designados como terroristas. Já o Wall Street Journal indicou que, por enquanto, o governo solicitou ao Departamento de Defesa que prepare opções, incluindo o uso de forças especiais e unidades de inteligência, sempre coordenadas com os países da região.

No final de fevereiro, a Casa Branca chegou a ameaçar “abrir as portas do inferno” para combater os cartéis e garantir a segurança na fronteira com o México, que, entretanto, rejeita qualquer invasão militar.

‘Não haverá invasão’

“Fomos informados de que estava por vir essa ordem executiva e que não tinha a ver com a participação de qualquer militar ou qualquer instituição em nosso território”, afirmou nesta sexta-feira a presidente Claudia Sheinbaum durante sua coletiva matinal.

“Os Estados Unidos não vão vir ao México com militares; cooperamos, colaboramos, mas não vai haver invasão, isso está descartado, absolutamente descartado e, além de termos manifestado isso em todas as ligações, não é permitido, nem faz parte de nenhum acordo”, reforçou.

Em comunicado oficial, o Ministério das Relações Exteriores do México reafirmou que não aceitará a participação de forças militares americanas em seu território, respondendo a uma declaração da Embaixada dos EUA no México, que destacou: “Usaremos todas as ferramentas à nossa disposição para proteger nossos povos (...) como dois aliados soberanos contra as organizações do narcotráfico”.

O senador Marco Rubio, chefe da diplomacia americana, declarou na quinta-feira que a designação das organizações como “terroristas globais” permite o uso de agências de inteligência, o Departamento de Defesa e outras ferramentas do poder americano para atacar esses grupos sempre que possível. “Temos que começar a tratá-los como organizações terroristas armadas, não simplesmente como organizações de narcotráfico”, disse Rubio.

Graduado em jornalismo e pós graduado em Ciência Política. Foi produtor e chefe de redação na Alvorada FM, além de repórter, âncora e apresentador na Bandnews FM. Finalista dos prêmios de jornalismo CDL e Sebrae.