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Testamento de Giorgio Armani estipula venda de 15% da marca para grande grupo de moda

O grupo Armani, cujas atividades vão da alta-costura até a hotelaria, é avaliado em bilhões de euros

Giorgio Armani faleceu aos 91 anos

Giorgio Armani, lenda da moda, pediu em seu testamento que uma participação de sua empresa fosse adquirida por um importante grupo de luxo. Empresas como LVMH, EssilorLuxottica ou L’Oréal foram apontadas como possíveis compradores. O testamento de Armani, que faleceu no dia 4 de setembro aos 91 anos, foi divulgado nesta sexta-feira (12).

O grupo de luxo LVMH, o gigante dos óculos EssilorLuxottica, o número um mundial de cosméticos L’Oréal e outras sociedades do mesmo nível no mundo da moda foram apontados como seus compradores preferidos, especialmente aquelas com as quais “já colaborou”, segundo trechos do testamento publicados pela mídia italiana.

O Grupo Armani é avaliado em bilhões de euros e suas atividades vão da alta-costura até a hotelaria. A L’Oréal, que possui a licença da Armani para perfumes e cosméticos desde 1988, indicou estar estudando “com grande consideração essa perspectiva, que se inscreve no âmbito de [uma] longa história comum”.

Já EssilorLuxottica informou que estudará a proposta “atentamente”, segundo um porta-voz da empresa à imprensa italiana. O porta-voz ainda demonstrou estar “orgulhoso da estima” que o estilista demonstrou pelo grupo.

O novo acionista terá a possibilidade de assumir o controle do grupo, adquirindo entre 30% e 54,9% do restante do capital em um prazo de três a cinco anos. Isso, apesar de Giorgio Armani ter permanecido muito independente ao longo de sua vida.

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Gestão "ética”

Caso a venda não seja concretizada, o estilista pediu que a empresa passe a ser cotada na Bolsa. O responsável por tomar essas decisões sobre a capital na qualidade de acionistas da fundação Armani será Leo Dell’Orco, junto com seus dois sobrinhos.

O estilista ainda pediu que as atividades da empresa fossem conduzidas “de forma ética, com integridade moral e correção”, e insistiu na “busca por um estilo essencial, moderno, elegante e discreto”, e com “atenção à inovação, à excelência, à qualidade e ao refinamento do produto”.

A publicação do testamento foi confirmada nesta sexta-feira (12) pela direção da Armani, que acrescentou que a “a primeira tarefa” da fundação “será propor o nome do novo diretor-geral” do grupo.

Armani ainda esclareceu que a fundação nunca possuirá menos de 30% do capital, atuando assim como garante permanente do “respeito aos princípios fundacionais”.

Giorgio Armani havia se tornado um dos homens mais ricos do mundo e o quarto mais rico da Itália, com um patrimônio estimado em 11,8 bilhões de dólares (63,5 bilhões de reais), de acordo com a revista Forbes.

A lenda da moda liderava um império com mais de 9 mil funcionários no final de 2023 e um faturamento de 2,3 bilhões de euros (14,5 bilhões de reais) em 2024, segundo o grupo. Mais de 600 lojas em todo o mundo vendem roupas Armani em várias linhas: Giorgio Armani, Emporio Armani, A|X Armani Exchange e EA7.

A fundação terá 10% das ações da empresa e o restante em propriedade nua, com 30% dos direitos de voto. Leo Dell’Orco terá 40% dos direitos de voto e os sobrinhos do estilista, Silvana Armani e Andrea Camerana, 15% cada um.

O outro império do estilista, o imobiliário, foi deixado à sua irmã Rosanna e aos seus sobrinhos Andrea e Silvana. Leo dell’Orco mantém o usufruto de suas diversas propriedades localizadas em Saint-Tropez (França), Saint-Moritz (Suíça) ou nas ilhas de Antigua e Pantelária.

*Com agências

(Sob supervisão de Edu Oliveira)

Rebeca Nicholls é estagiária do digital da Itatiaia com foco nas editorias de Cidades, Brasil e Mundo. É estudante de jornalismo pelo Centro Universitário de Belo Horizonte (UNIBH). Tem passagem pelo Laboratório de Comunicação e Audiovisual do UniBH (CACAU), pela Federação de Agricultura e Pecuária de Minas Gerais (Faemg) e pelo jornal Estado de Minas