Um ex-espião norte-coreano idoso, que passou décadas preso no Sul, após ser capturado durante a Guerra das Coreias, implorou para ser enviado de volta ao Norte e enterrado ao lado de companheiros. Segundo informações da AFP, o governo sul-coreano negou o pedido.
Ahn Hak-sop, de 95 anos, é um dos seis ex-soldados e espiões norte-coreanos idosos que recentemente intensificaram seus apelos para que Seul os repatrie à sua pátria ideológica.
Ele foi capturado durante a Guerra da Coreia em 1953, enquanto participava de uma missão de infiltração, e permaneceu preso até 1995. Os soldados foram condenados no Sul por atividades antiespionagem e passaram décadas na prisão por se recusarem a renunciar ao comunismo.
Posteriormente, foram libertados, algo que poderia ter ocorrido antes, caso Ahn aceitasse a democracia sul-coreana.
Empunhando uma bandeira norte-coreana, Ahn “caminhou algumas centenas de metros em direção a um posto de controle militar e foi detido por militares”, disse à AFP uma porta-voz de um grupo cívico que faz campanha por seu retorno.
O grupo argumenta que eles deveriam ser reconhecidos como “prisioneiros de guerra” e que seus pedidos de repatriação devem ser respeitados conforme a Convenção de Genebra.
Guerra das Coreias
A Guerra da Coreia terminou em 1953 com um armistício, e não com um tratado de paz, o que deixa os dois países tecnicamente ainda em guerra.
O Ministério da Unificação da Coreia do Sul, responsável pelos assuntos intercoreanos, disse à AFP na terça-feira (19) que estava analisando “diversas formas de lidar com a questão”.
O representante do ministério acrescentou que mais ex-condenados em situações semelhantes devem pedir repatriação, embora o governo não tenha um número exato de quantos ainda estão vivos.
A Coreia do Norte ainda não se pronunciou sobre o caso.