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Entenda as condições de Putin e Zelensky para possível reunião e acordo de paz acontecer

Líderes de Rússia e Ucrânia colocam exigências antes de um possível encontro presencial; Putin tem exigências para cessar-fogo

Zelensky, Putin e Trump

O presidente da Ucrânia, Volodimir Zelensky, afirmou que só vai se reunir com o presidente da Rússia, Vladimir Putin, depois que os países ocidentais definirem garantias de segurança para Kiev. Segundo ele, esse processo deve ser concluído entre sete e dez dias.

Zelensky também rejeitou Moscou como sede da reunião e descartou a China como garantidora da segurança do país. Para o líder ucraniano, Pequim não ajudou a interromper a guerra e ainda apoiou a Rússia ao abrir mercado para drones. Como alternativas, citou países considerados neutros, como Suíça, Áustria e Turquia.

Putin exige preparação detalhada e sugere Moscou

Do outro lado, Vladimir Putin demonstrou disposição para conversar, mas o Kremlin reforçou que qualquer encontro precisa ser “minuciosamente preparado”. O presidente russo propôs que a reunião seja realizada em Moscou, proposta já rejeitada por Zelensky.

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, tenta mediar o encontro em um possível formato trilateral. Nos últimos dias, Trump se reuniu com Putin, no Alasca, e com Zelensky, em Washington. O encontro com o líder ucraniano contou também com governantes do Reino Unido, França, Alemanha, Itália e Finlândia, além de representantes da União Europeia e da Otan.

Exigências para um acordo de paz

Enquanto discutem a possibilidade de um encontro, Rússia e Ucrânia também esbarram em condições para um eventual acordo de paz.

O chanceler russo, Sergey Lavrov, afirmou que qualquer solução precisa levar em consideração “os interesses de segurança de Moscou” e os direitos dos russos e falantes de russo que vivem na Ucrânia.

Entre as principais exigências do Kremlin estão:

  • renúncia da Ucrânia à adesão à Otan;
  • suspensão do recebimento de armas ocidentais;
  • reconhecimento da anexação da Crimeia (2014);
  • cessão das regiões parcialmente ocupadas de Donetsk, Lugansk, Zaporizhzhia e Kherson.

Trump, por sua vez, declarou que a guerra poderia terminar se a Ucrânia aceitasse parte dessas concessões territoriais, posição rejeitada pela União Europeia, que defende que Kiev não abra mão de seu território.

Apesar das declarações, Moscou não dá sinais de que pretende abrir mão dos principais objetivos militares.

*Sob supervisão de Lucas Borges

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Izabella Gomes é estagiária na Itatiaia, atuando no setor de Jornalismo Digital, com foco na editoria de Cidades. Atualmente, é graduanda em Jornalismo pela PUC Minas