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Irmãos Menendez têm pena modificada e podem ser soltos em breve

Irmãos foram presos nos anos 1990 acusados de matarem os pais

Lyle Menendez (esquerda) e Erik Menendez (direita)

Um juiz da Califórnia decidiu reduzir as penas dos irmãos Erik e Lyle Menendez de prisão perpétua para pelo menos 50 anos de cadeia. Os irmãos, agora, podem ter liberdade condicional, segundo a Associated Press.

Com isso, os irmãos se tornam elegíveis para uma lei da Califórnia que beneficia jovens infratores. Como eles cometeram o crime antes dos 26 anos, eles podem ter liberdade condicional, conforme a lei. A decisão, porém, cabe à junta estadual de liberdade condicional.

Uma nova audiência conduzida por um juiz de Los Angeles decidirá se os irmãos devem ser libertados após quase 30 anos presos pelo assassinato dos pais. Os promotores, segundo o magistrado, terão que provar que a dupla ainda representa risco de cometer crimes violentos, caso sejam soltos.

Durante a audiência, os irmãos não se emocionaram, mas riram durante a fala de uma prima.

Os advogados dos irmãos precisam provar que eles se reabilitaram na prisão e merecem a nova pena de 50 anos, podendo ter liberdade condicional para jovens infratores. Ao menos sete familiares deles devem testemunhar nas próximas audiências.

A dupla foi condenada em 1994 após o assassinato dos pais, em 1989. A defesa alega que eles agiram em legítima defesa.

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O crime

Era 20 de agosto de 1989, quando Erik e Lyle assassinaram Kitty e José Menendez com tiros de espingarda na sala de casa. Eles deram tiros nos joelhos dos dois, tentando sugerir que o crime teria sido cometido pela máfia, e, em seguida, compraram ingressos para um filme. Próximo da meia-noite, Lyle ligou chorando para a polícia dizendo que os pais foram mortos.

A reviravolta veio quando a amante do psicólogo dos irmãos escutou os dois confessando ao profissional que haviam matado os pais e, então, avisou a polícia, com gravações da confissão.

Na Corte, em 1993, a dupla trouxe à tona os casos de abuso sexual e emocional e violências cometidas pelo pai. Eles afirmaram que mataram os pais para proteger a própria vida, uma vez que foram ameaçados por José dias antes do crime.

No primeiro julgamento, dois primos da dupla disseram que sabiam dos abusos. Porém, esse foi anulado porque os irmãos foram julgados separados, e o júri havia ficado dividido nos dois casos. Eles voltaram a júri popular, e a Justiça proibiu que a defesa explorasse o argumento de abuso e que incluíssem os primos entre as testemunhas.

Novas evidências

Neste ano, depois do lançamento das séries “Monstros: Irmãos Menendez: Assassinos dos Pais” e “O Caso dos Irmãos Menedez”, veio à tona uma carta de Erik para um primo relatando os abusos, em 1988. Além disso, Roy Rosselló, ex-Menudo, contou que foi estuprado por José Menendez quando era adolescente e pediu a soltura dos irmãos.

Formada pela PUC Minas, é repórter da editoria de Mundo na Itatiaia. Antes, passou pelo portal R7, da Record.