Mísseis russos atingiram a cidade de Sumy, no nordeste da Ucrânia, enquanto pessoas se reuniam para um culto neste domingo (13). O último balanço divulgado pelos serviços de emergência ucranianos informou que havia 31 mortos, incluindo duas crianças. Ainda, outras 84 pessoas ficaram feridas, entre elas 10 crianças.
Pessoas ficaram feridas “na rua, em veículos, transporte público e em casas”, disseram os serviços de emergência. As autoridades locais em Sumy, na fronteira com a Rússia, publicaram imagens de corpos caídos nas ruas e pessoas correndo para se abrigar do bombardeio. Também divulgaram fotos de veículos em chamas e civis feridos.
O ataque ocorreu “em um dia em que as pessoas vão à igreja: Domingo de Ramos (...). Só uns canalhas conseguem fazer isso”, reagiu o presidente ucraniano, Volodimir Zelensky, que pediu uma “resposta firme” da Europa e dos Estados Unidos.
“Sem uma pressão realmente forte, sem apoio adequado à Ucrânia, a Rússia continuará travando esta guerra”, declarou ele em uma mensagem no Telegram, acusando seu homólogo russo, Vladimir Putin, de ter “ignorado a proposta americana de um cessar-fogo total e incondicional”.
Pressão crescente
O ataque ocorreu dois dias após uma reunião em São Petersburgo entre o enviado dos EUA, Steve Witkoff, e Putin. A Rússia tem atacado implacavelmente a Ucrânia nas últimas semanas, apesar da pressão de Trump para acabar com o conflito.
“Conversar nunca impediu mísseis balísticos e bombas”, afirmou Zelensky. Outro bombardeio russo deixou 18 mortos no início de abril em Kryvyi Rih, no centro da Ucrânia. Nove crianças morreram naquele dia no ataque, que chocou o país inteiro.
Sumy está localizada perto da fronteira russa e recentemente tem sido alvo de ataques repetidos, especialmente desde que Moscou repeliu grande parte das tropas ucranianas da região russa de Kursk.
Até agora, a cidade evitou a intensidade dos combates que se desenrolaram mais ao sul, na região de Donetsk. Mas Kiev vem alertando há semanas que Moscou poderia lançar uma ofensiva lá.
A Rússia reivindicou esta semana o controle de um povoado na região de mesmo nome, um avanço raro nesta área do nordeste da Ucrânia, da qual suas tropas foram forçadas a se retirar na primavera de 2022.
O comandante das forças armadas ucranianas, Oleksandr Sirsky, disse na quarta-feira que os russos começaram ofensivas “há alguns dias” nas regiões de Sumy e Kharkiv, também no nordeste, para criar “zonas-tampão” e, assim, evitar novas incursões ucranianas. (Com AFP)