Os conservadores do candidato Friedrich Merz venceram as eleições legislativas neste domingo (23) na Alemanha, à frente do partido de extrema direita Alternativa para a Alemanha (AfD), que obteve o melhor resultado de sua história, de acordo com as pesquisas de boca de urna das emissoras de televisão públicas.
A aliança conservadora CDU/CSU conquistou de 28,5% a 29% dos votos, segundo as pesquisas divulgadas pelas televisões públicas ARD e ZDF. Já AfD obteve de 19,5% a 20%, resultado inédito para um partido de extrema direita em uma eleição federal no pós-guerra.
O chanceler atual, Olaf Scholz, disse que assume a responsabilidade por uma “derrota amarga”. Seu partido social-democrata (SPD) obteve 16%. Outros derrotados são os Verdes, aliados do governo Scholz, com 13%.
Friedrich Merz, um advogado de 69 anos que tem grandes chances de substituir o social-democrata Olaf Scholz como chanceler, descartou qualquer aliança com a AfD e declarou que deseja que o governo seja formado “o mais rápido possível” para enfrentar os desafios internacionais.
“Conseguimos um resultado histórico”, celebrou Alice Weidel aos apoiadores da AfD em Berlim, e garantiu que o partido anti-imigração agora está “firmemente ancorado” no panorama político alemão.
A campanha eleitoral foi marcada pelo retorno de Donald Trump ao poder nos Estados Unidos e pelo crescimento da extrema direita. Trump, chamou a vitória dos conservadores de “um grande dia para a Alemanha e para os Estados Unidos”.
“Assim como nos Estados Unidos, as pessoas na Alemanha se cansaram da agenda sem bom senso, especialmente em energia e imigração, que permaneceu por tantos anos”, disse Trump em uma publicação escrita em maiúsculas na Truth Social. "É um grande dia para a Alemanha”, acrescentou.
O secretário-geral da Otan, Mark Rutte, parabenizou Merz por sua vitória e afirmou estar ansioso para trabalhar com ele “neste momento crucial para nossa segurança compartilhada”.
"É vital que a Europa dê um passo à frente nos gastos com defesa e sua liderança será fundamental”, declarou na rede social X.
A Alemanha enfrenta desafios que abalam seu modelo de prosperidade e inquietam a população. O próximo governo enfrentará a recessão econômica, as ameaças de uma guerra comercial com Washington, além da dúvida sobre o “guarda-chuva” dos Estados Unidos, que a Alemanha contava para garantir sua segurança.
“Enviem um sinal a favor de uma mudança política urgente e necessária”, escreveu Merz na rede social X. Mais de 59 milhões de alemães foram chamados a votar até as 18h locais (12h de Brasília).