O regime ditatorial da família Assad, que governou a Síria por meio século, chegou ao fim neste domingo (8). O presidente Bashar al-Assad deixou o país após rebeldes invadirem a capital Damasco, marcando o encerramento de uma era conturbada na história síria.
O grupo rebelde responsável pela queda do regime é o Hayat-i-Hashan, também conhecido como Grupo de Libertação da Grande Síria. Anteriormente ligado à Al-Qaeda até 2016, o grupo estava concentrado na província de Idlib, única região que o governo não controlava completamente.
Ofensiva relâmpago
A ofensiva rebelde durou apenas duas semanas, iniciando-se com a captura da cidade de Alepo, seguida por Hama e Homs. A rápida progressão culminou com a tomada de Damasco, forçando a saída de Assad do país.
Nas ruas da Síria, há relatos de comemorações pela queda do regime. No entanto, a Organização das Nações Unidas (ONU) está alertando para uma ‘esperança cautelosa’, indicando preocupações sobre o futuro político do país.
Dinastia Assad: meio século no poder
A dinastia Assad iniciou-se com Hafez al-Assad, que assumiu o poder após um golpe de estado em 1971. Governando com mão de ferro, Hafez rejeitou a realização de eleições livres até sua morte em 2000.
Seu filho, Bashar al-Assad, um médico de 34 anos sem experiência política, assumiu o comando do país. Em 2007, teve seu mandato renovado, mas enfrentou crescente oposição.
Em 2011, uma guerra civil eclodiu na Síria após a violenta repressão aos protestos durante a Primavera Árabe, que exigia a queda de Bashar al-Assad. O conflito resultou em mais de 500 mil mortes e deixou pelo menos 6 milhões de refugiados, devastando o país e sua população.
Com a saída de Assad, a Síria entra em um novo capítulo de sua história. A comunidade internacional observa atentamente os próximos passos do país, esperando que este momento represente uma oportunidade para a reconstrução e reconciliação nacional.