Os eleitores norte-americanos escolhem, nesta terça-feira (5), entre Donald Trump, do Partido Republicano, e Kamala Harris, do Democrata. Entre os eleitores latinos do bairro de Washington Heights, a insegurança, mas também direitos como o aborto ou a união de casais do mesmo sexo são fatores determinantes para a escolha do candidato.
Washington Heights é um bairro predominantemente latino de Manhattan e que conta com uma grande comunidade dominicana. O voto desta comunidade, que chega a mais de 36 milhões registrada para votar e que antes era fortemente democrata, agora está dividido entre Kamala Harris e Donald Trump.
A insegurança pesa neste bairro popular. Olga Rojas, de 67 anos, decidiu votar nesta manhã no ex-presidente Trump, apesar de sempre ter apoiado os democratas.
“Temos duas pessoas que não convencem e eu fiquei pensando nesta manhã e decidi votar em Trump”, confessa.
“Precisamos de um presidente que acabe com a criminalidade que temos nas ruas, nos trens, nos ônibus”. Kamala Harris, vice-presidente no atual governo do democrata Joe Biden, “teve tanto tempo e ainda está tudo do mesmo jeito”, sentencia.
“Se você deixar o carro na rua, pode acabar com as rodas roubadas ou as janelas quebradas”, diz outra eleitora que não quis se identificar e também votará em Trump.
A idade também conta na decisão pessoal. Nickol Zurita, de 24 anos, acaba de votar pela primeira vez e optou por Kamala porque quer que o direito ao aborto seja preservado, embora ela mesma diga que não faria. "É por todas as mulheres”, afirma.
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“Eu acho que para as pessoas da minha idade, ela é a melhor opção, embora nem todo mundo concorde com todas as políticas que ela propõe”, diz Zurita, que aprecia o “carisma” da candidata democrata, capaz de se “conectar” com a juventude, como seus amigos, que também votarão nela, afirma.
María (ela não quis revelar seu sobrenome), de 34 anos, acompanhada de sua companheira e dos dois filhos, também votou na vice-presidente. “Somos uma família e precisamos proteger nossos direitos”, afirma, antes de lembrar que, em outros estados, esses direitos estão sendo perdidos, em particular o direito ao aborto, e “isso pode acontecer aqui”.