Uma mensagem anonima enviada por uma jovem argentina salvou 17 mulheres sequestradas e forçadas a se prostituir no México. O pedido de ajuda, foi enviado no dia 14 de maio para a página digital oficial da Procuradoria Geral do estado mexicano de Quintana Roo, por meio do WhatsApp. Três dias depois, a jovem e mais 16 mulheres foram resgatas de uma rede de tráfico que explorava sexualmente as vítimas nas praias mexicanas.
O governo argentino tomou providências e, através da área especial de combate ao tráfico de pessoas, que depende do Ministério da Segurança, entrou em contato com as autoridades judiciais mexicanas para prestar assistência à investigação e, essencialmente, às vítimas.
Entre as mulheres, 15 são argentinas e duas mexicanas. O procedimento foi coordenado pela Procuradoria Especializada no Combate ao Crime de Tráfico de Pessoas, que liderou a equipe e chegou até o imóvel situado na avenida Constituyentes, entre a estrada federal Cancún-Tulum e a rua 50 Poniente, onde estavam as 17 mulheres.
A Procuradoria Geral de Quintana Roo informou também que nesta operação foram detidos três homens mexicanos identificados, que agora serão investigados pelo crime de tráfico de pessoas e exploração sexual no município de Cancún.
Nesta operação foram detidos três homens mexicanos identificados, que agora serão investigados pelo crime de tráfico de pessoas e exploração sexual no município de Cancún.
Como as jovens argentina foram recrutadas
A investigação apontou, ainda, que no caso das argentinas, elas foram recrutadas pelo aplicativo Facebook e WhatsApp, com ofertas de emprego falsas em hotéis de luxo em Cancun, Tulum e Playa del Carmen. Após aceitarem a proposta, elas eram recebidas no aeroporto de Cancún, colocadas em automóveis privados e levadas diretamente a Playa del Carmen, onde eram forçadas a trabalhar em um bar e prostíbulo chamado La Consentida.
De acordo com a procuradoria, os passaportes das vítimas foram confiscados. As jovens argentinas, tem entre 20 e 32 anos, algumas com ensino médio e outras com ensino superior. Sobre a origem, foi informado que três eram de Buenos Aires, três de Chaco, três de Tucumán, uma de Salta, uma de Mendoza e das outras não foi informado o local de residência no país antes de viajar para o México.
Exploração sexual no México
Ainda conforme a procuradoria, as mulheres mexicanas receberam assistência médica e estão alojadas em diversas casas de Playa del Carmen, sob a proteção.
“As jovens estão bem, hoje à tarde o procurador Raciel López estará conversando com elas para assegurar a proteção do Estado mexicano, já que as meninas permaneceriam lá como testemunhas e temem por suas vidas”, indicaram as autoridades argentinas.
“A Procuradoria informou ao Instituto Nacional de Migração sobre a operação e sobre a situação legal das 15 jovens argentinas para que lhes concedam proteção como vítimas e sob a proteção da procuradoria. O problema é que elas entraram como turistas de férias e passaram a ser trabalhadoras, tornando-se ilegais. Mas, por serem vítimas de tráfico e agora testemunhas, terão o apoio e respaldo do Estado do México”.
Neste momento, as autoridades migratórias estão cooperando para fornecer a elas um visto humanitário. Para isso, trabalham em conjunto com o Consulado argentino.