Cerca de 250 mil pessoas foram às ruas na Alemanha, neste sábado (20), para denunciar a participação do partido de extrema direita em uma reunião para discutir a expulsão em massa de imigrantes.
Foram convocados protestos em mais de 100 localidades contra o partido Alternativa para a Alemanha (AfD).
Em Frankfurt, cerca de 35 mil pessoas se reuniram hoje (20) sob o lema “Defendam a democracia - Frankfurt contra a AfD”.
Um número semelhante se manifestou na cidade de Hannover, com cartazes que diziam: “Fora nazistas”.
Também foram registrados atos em Braunschweig, Erfurt, Kassel e em cidades menores.
Os atos têm acontecido diariamente há uma semana na Alemanha.
“Reunião secreta”
Os protestos eclodiram após a organização de jornalismo investigativo Correctiv divulgar uma reunião secreta, perto de Berlim, onde foi discutido um projeto de expulsão em massa de imigrantes, solicitantes de asilo e cidadãos alemães “não assimilados”.
Entre os participantes havia membros da AfD, neonazistas e empresários.
O evento também contou com a presença de uma figura de destaque do movimento identitário radical, o austríaco Martin Sellner.
O partido confirmou a presença dos seus membros na reunião, mas garantiu que não apoia o projeto de “remigração” apresentado por Sellner.
O austríaco apoia a teoria da conspiração da “grande substituição”, que afirma que existe uma complô de imigrantes não-brancos para substituir a população “nativa” da Europa.
O chanceler alemão, Olaf Scholz, pediu na sexta-feira (19) que “todos” se posicionassem “a favor da coesão, da tolerância” e da democracia.
Friedrich Merz, líder do partido da oposição conservadora CDU, (ex-Twitter) apoiou o movimento nas ruas da Alemanha.
"É muito encorajador que milhares de pessoas se manifestem pacificamente contra o extremismo de direita”, escreveu no X (ex-Twitter).
Entretanto, dois membros da ala mais conservadora do CDU também participaram da reunião em Potsdam.
O líder do grupo, Hans-Georg Maassen, anunciou neste sábado (20) que deixou a sigla para formar um partido próprio.
A ala mais conservadora conta com 4.000 membros e planeja concorrer às eleições regionais em setembro.
Outros protestos ocorrerão nesse domingo (21), inclusive em Berlim e Dresden, reduto do partido anti-imigração e antissistema.
*Com informações da AFP
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