A Assembleia Geral da ONU aprovou, nesta sexta-feira (27), uma resolução que pede cessar-fogo imediato da guerra entre Israel e Palestina. Com 120 votos, esta é a primeira proposta diplomática para interromper o conflito aprovada nas Nações Unidas. A resolução tem caráter recomendatório, ou seja, os países envolvidos não tem a obrigação de seguir o acordo.
A proposta, elaborada pelos países árabes foi votada pelos 193 estados membros da organização. O texto teve 14 votos contrários e 45 abstenções. O Brasil, a China e a Rússia votaram favoravelmente à resolução. Já os Estados Unidos e Israel rejeitaram a proposta. Na Europa houve divergências: a França e a Espanha apoiaram o texto e a Alemanha e a Itália se abstiveram.
Além do cessar-fogo, a resolução pede a entrada de ajuda humanitária e suprimentos de alimentação e serviços aos civis na Faixa de Gaza, e permissão para que agentes da ONU e de outras organizações internacionais entrem na região.
O texto também pede para que Israel garanta a proteção dos civis palestinos e que retire a ordem para os civis evacuarem o norte da Faixa de Gaza.
Israel criticou a resolução
O embaixador de Israel na ONU, Gilad Erdan, acusou os países que votaram a favor da resolução de “apoiar a defesa de terroristas nazistas”. Israel ainda criticou a ausência de condenações formais aos ataques promovidos pelo grupo terrorista Hamas, em 7 de outubro.
“Essa resolução ridícula tem a audácia de pedir uma trégua. O objetivo desse cessar-fogo é que Israel deve deixar de se defender para que o Hamas possa atacar com tudo. Hoje, a maioria da comunidade internacional mostrou que prefere apoiar a defesa de terroristas nazistas, ao invés do direito de autodefesa de Israel”, afirmou Erdan.
Riyad Mansour, o representante da Palestina na ONU, disse que o resultado “mostrou que a comunidade internacional não abandonou a humanidade, nem a população palestina”. O território é considerado um “observador permanente” pelas Nações Unidas e não tem direito a voto nas decisões da organização.
Após a reunião, o Hamas divulgou uma nota agradecendo a aprovação do texto. “Nós saudamos a resolução da Assembleia Geral da ONU pedindo uma trégua humanitária imediata e pedimos sua implantação imediata a fim de permitir fornecer combustível e ajuda humanitária aos civis”, disse o grupo.
ONU rejeitou proposta canadense
Uma outra resolução, proposta pelo Canadá, foi reprovada. O texto rejeitava e condenava os ataques e a tomada de reféns pelo Hamas, no dia 7 de outubro, contra Israel. Foram 88 votos a favor, 53 contra e 23 abstenções. O trecho foi criticado por não condenar os bombardeios em Gaza.
Este é o segundo dia de reunião sobre o tema, convocada após a falta de consenso no Conselho de Segurança e o agravamento da situação humanitária na Faixa de Gaza.