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Quem é Yevgeny Prigozhin, opositor de Putin envolvido em acidente aéreo

Conforme uma agência russa, o chefe grupo Wagner estava a bordo de avião que caiu na Rússia

Um avião que carregava Yevgeny Prigozhin, opositor do presidente da Rússia, Vladimir Putin, caiu nesta quarta-feira (23). O chefe do grupo Wagner estava em um jato particular com outras nove pessoas, sendo sete passageiros e três tripulantes, mas ainda não há confirmação de sua morte.

O grupo Wagner é uma empresa paramilitar privada, que já teve fortes ligações com o Kremlin, sede do governo russo, e é composto por mercenários que já foram usados por Putin na guerra contra a Ucrânia. O grupo, entretanto, rompeu com o governo russo em junho após um desentendimento com o ministro da Defesa do país.

Quem é Yevgeny Prigozhin

Yevgeny Prigozhin é um mercenário e cozinheiro russo, que iniciou a relação com o governo da Rússia após um de seus restaurantes se tornar o preferido de Vladmir Putin, ainda no início dos anos 2000.

Prigozhin nasceu em São Petersburgo e foi preso aos 18 anos, em 1979, condenado a 13 anos por roubo e furto. Após ser solto, ele montou uma barraca de cachorro-quente e o negócio deslanchou, se transformando em uma rede de restaurantes caros.

Um dos seus restaurantes mais famosos, chamado de New Island, funcionava em um barco que navegava pelo rio Neva, e se tornou o preferido de Vladmir Putin. Em 2003 o presidente e Prigozhin já possuíam uma relação de confiança e, anos depois, o cozinheiro passou a ser responsável por fornecer comida ao Kremilin. Na época, ele era conhecido como “chef de Putin”.

Grupo Wagner

Em 2014, Yevgeny Prigozhin se tornou o fundador do grupo paramilitar Wagner, composto por ex-soldados de elite altamente qualificados chefiados por ele. Rumores afirmam que Prigozhin expandiu o grupo recrutando também prisioneiros civis russos e estrangeiros.

Atualmente, estima-se que o grupo tem mais de 20 mil soldados lutando na Ucrânia. Inclusive, uma das primeiras missões do grupo Wagner foi apoiar forças separatistas na Crimeia, ajudando a Rússia a tomar a região, ainda em 2014. Os Estados Unidos, Reino Unido e União Europeia aplicaram sanções à empresa paramilitar por suas ações.

Com o início da guerra na Ucrânia, o Grupo Wagner voltou a atuar na invasão ao país. Antes, os mercenários já tiveram ações na África, para aumentar a segurança para mineradoras russas, e lutaram na Síria.

Briga com o Kremilin

Apesar de ser um grupo paramilitar altamente ligado ao governo russo, em junho deste ano, os Wagner entraram em uma campanha para destituir o ministro da Defesa da Rússia. Segundo a imprensa internacional, Yevgeny Prigozhin já vinha se desentendendo com o exército russo há um tempo, e o principal motivo seria a atuação do ministro da Defesa, Sergei Shoigu.

Prigozhin tinha acusado o Ministério da Defesa de atacar um acampamento do Grupo Wagner e matou diversos de seus combatentes. O chefe do grupo paramilitar afirmou que não está lutando contra a Rússia, mas que iria “destruir qualquer um que esteja no nosso caminho, nós estamos avançando e vamos até o fim”. Ele ainda alegou ter derrubado um helicóptero do exército e tomou controle de prédios militares a cerca de 500km de Moscou.

Após os desentendimentos, a FSB, uma agência de segurança da Rússia, ordenou a prisão de Prigozhin. Já o Ministério da Defesa afirmou que as acusações de Prigozhin a respeito do ataque ao acampamento “não correspondem à realidade e são uma provocação informativa” e reforçou a segurança da capital.

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