Um homem tentou salvar um cachorro durante o incêndio que devastou o Havaí e os dois acabaram morrendo. O caso, que emocionou o mundo, envolveu Franklin Trejos e o cachorro golden retriever chamado Sam. O animal era do amigo de Franklin.
Franklin Trejos, natural da Costa Rica, era amigo do dono do cachorro, Geoff Bogar, há 35 anos. Ele morava com ele, a esposa Shannon Weber-Bogar, e o cachorro. Durante o incêndio, Trejos e Bogar, que era um capitão dos bombeiros aposentado, ficaram para trás para ajudar outras pessoas na cidade histórica de Lahaina, no condado de Maui. As informações são do jornal Ther Mirror.
Como as chamas se alastravam rapidamente, os dois acabaram se separando na tentativa de sobreviverem e, então, cada um tentou fugir para o próprio carro. O veículo do Bogar não pegava, então ele quebrou uma janela para sair e rastejou no chão até que uma patrulha policial o encontrou. Ele foi levado para um hospital e conseguiu sobreviver, ao contrário do amigo.
Franklin Trejos, contudo, não conseguiu fugir e quando o amigo voltou ao bairro, no dia seguinte, encontrou os restos mortais do amigo no banco de trás do carro, que estava em cima dos restos mortais do cachorro que ele tentou proteger.
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Incêndio
O número de mortos no incêndio no Havaí, o mais letal ocorrido nos Estados Unidos em mais de um século, superou os 100, mas o número pode “dobrar” durante a semana, alertaram as autoridades, muito criticadas por sua gestão.
“Já foram perdidas 101 vidas”, informou o governador do Havaí, Josh Green, em pronunciamento televisionado, acrescentando que as equipes de resgate já haviam rastreado mais de um quarto da área de buscas que tinham que cobrir.
“Durante os próximos 10 dias, este número pode dobrar”, afirmou mais cedo o governador à emissora CNN.
O balanço aumenta à medida que as equipes de emergência, com o auxílio de cães farejadores, avançam nos trabalhos de busca entre casas e veículos incendiados.
Apenas 25% da área afetada foi rastreada até o momento, informaram as autoridades na segunda-feira à noite.
As equipes de resgate “devem encontrar de 10 a 20 pessoas por dia até que terminem seu trabalho”, alertou Green ao canal CBS.
Lahaina
Em Lahaina, uma cidade costeira de 12.000 habitantes na ilha de Maui, as chamas foram tão intensas que derreteram o metal.
Os corpos recuperados são difíceis de identificar, explicou o chefe de polícia local, John Pelletier.
Até o momento, apenas três corpos foram reconhecidos “por suas impressões digitais”, acrescentou o policial, que pediu aos parentes das pessoas desaparecidas que sejam submetidas a exames de DNA.
As autoridades pretendem limitar o acesso a Lahaina durante todas as operações de busca, por precaução ante possíveis produtos químicos, e por respeito às vítimas.
O governo local registra 1.300 desaparecidos. O número diminui à medida que as comunicações são restabelecidas de forma progressiva na ilha de Maui e os habitantes conseguem entrar em contato com suas famílias.
Com informações da AFP