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Presidente da COP28 pede financiamento climático para países em desenvolvimento

Segundo ele, essas nações recebem menos fundos para amenizar mudanças climáticas, mas são as mais necessitadas

Os países em desenvolvimento são “extremamente importantes” na luta contra o aquecimento global e devem receber mais financiamento, disse, neste sábado (15), o presidente da COP28, que será realizada em Dubai, entre novembro e dezembro deste ano. “Sou a favor de ambições maiores” na luta contra as mudanças climáticas, afirmou, à AFP, Sultan Ahmed al Jaber, ministro da Indústria e Tecnologia Avançada dos Emirados Árabes Unidos (EAU), que participa da reunião ministerial do G7 sobre Clima, Energia e Ambiente, neste fim de semana em Sapporo, no norte do Japão.

No entanto, essas iniciativas devem ser “acompanhadas” de financiamento mais “acessível” a países emergentes, acrescentou. “Chegou a hora” de ter “um acordo justo para os países do Sul”, que por enquanto recebem menos fundos para amenizar mudanças climáticas, mesmo sendo os “mais necessitados”, insistiu o ministro.

No domingo, o G7 se comprometerá, ao lado dos demais países desenvolvidos, a mobilizar a arrecadação de US$ 100 bilhões (cerca de R$ 494 bilhões) anuais para financiar medidas contra o aquecimento global nos países emergentes, de acordo com a mais recente versão provisória da declaração final do grupo, consultada pela AFP.

Muitas expectativas, pouca confiança

Esse compromisso remonta a 2009 e deve ser alcançado três anos depois da meta inicial de 2020. “Há grandes expectativas (dos países do Sul em relação aos do Norte), mas pouca confiança”, disse Al Jaber, que realiza uma série de visitas a países emergentes para ouvir suas demandas sobre essa temática.

Ele também destacou a necessidade de encontrar um “equilíbrio entre a paixão e o realismo” sobre o clima, para que se possa chegar a um acordo “concreto” e “pragmático” na COP28. No início do ano, a nomeação de Al Jaber à presidência do evento foi recebida com desconfiança por ambientalistas, uma vez que o ministro é diretor-geral da ADNOC, a gigante petrolífera nacional dos EAU.

Ele rebateu as críticas lembrando que fundou a Masdar, empresa nacional de energias renováveis dos EAU e ressaltando que o país trabalha em prol de sua transição energética “há mais de 20 anos”. Em discurso aos ministros do G7, do qual a AFP obteve uma cópia, o presidente da COP28 instou ao mundo que triplique os fundos disponíveis para combater as mudanças climáticas nos países emergentes até 2030. “Temos de triplicar a capacidade mundial de energias renováveis” até 2030 e “multiplicá-la por seis até 2040", enfatizou.

AFP
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