O Silicon Valley Bank (SVB) foi fechado por reguladores dos Estados Unidos na sexta (10) e se tornou o maior banco norte-americano a quebrar desde a crise financeira de 2008. O movimento começou na última quarta-feira (8), quando o banco anunciou um plano de capital para cobrir perda de quase 2 bilhões de dólares com a venda de títulos.
O movimento assustou startups, suas principais clientes e que incluía novatas brasileiras, e desencadeou uma corrida de saques junto à instituição. O banco se notabilizou pelo foco em startups do Vale do Silício, que enfrentam dificuldades relativas ao encarecimento do crédito, diante do avanço dos juros nos Estados Unidos.
Com US$ 209 bilhões em ativos e US$ 175,4 bilhões em depósitos, o controle da empresa foi assumido por uma agência norte-americana, a FDIC (Federal Deposit Insurance Corporation), para proteger os clientes. Nesses casos, costuma ocorrer o anúncio de um comprador para os ativos do credor, mas isso ainda não aconteceu.
A FDIC garante US$ 250 mil por depositante. Ou seja, quem estiver fora desses critérios, entra para a massa falida do banco, que pode levar anos para ser resolvida.
O último banco sob supervisão da FDIC a quebrar foi o Almena State Bank, em outubro de 2020. Não está claro quantos clientes detinham depósitos acima dos US$ 250 mil cobertos pelo seguro da agência.
Curiosamente, poucos dias antes de ter sua falência decretada, a instituição comemorava o fato de estar no ranking da Forbes dos melhores bancos americanos pelo quarto ano consecutivo. Além disso, analistas ainda estavam começando a mudar suas recomendações para as ações da instituição após o plano para levantar capital quando veio o anúncio da falência.
Reino Unido
O Banco da Inglaterra também informou nesta sexta (10) que que vai colocar a subsidiária britânica do Silicon Valley Bank (SVB) em processo de insolvência, depois do colapso da matriz nos Estados Unidos.
O comunicado divulgado diz que “na ausência de qualquer informação adicional significativa, pretende entrar com um processo judicial para colocar o Silicon Valley Bank UK em um processo de insolvência bancária”.
Na nota, o banco destacou que um procedimento de insolvência bancária significaria que os depositantes elegíveis serão pagos o mais rápido possível até o limite protegido.
Brasil
O jornal “O Estado de São Paulo” apurou que startups brasileiras que possuíam reservas no SVB começaram a se movimentar ainda na quinta-feira (9) para tentar retirar o dinheiro do banco norte-americano. O valor total seria de US$ 3 bilhões, segundo a Trace Finance, startup cuja plataforma permite a outras startups movimentar recursos nos Estados Unidos.
*Com informações da Agência Estado, Dow Jones Newswires e Associated Press