Militares que comandam Burkina Faso desde outubro de 2022 confirmaram, nesta segunda-feira (16), que aproximadamente 50 mulheres foram sequestradas entre os dias 12 e 13 deste mês na província de Soum, ao Norte do país.
As mulheres estavam colhendo frutas nas redondezas da aldeia Liki. Como chefes de família, elas buscavam alimento para seus parentes em meio à uma gravíssima crise de segurança alimentar em toda Burkina Faso. Nesse cenário, um grupo de homens armados as capturaram sem deixar rastros.
Esse foi o primeiro registro de sequestro em massa desde que uma junta militar, por meio de golpe de Estado, passou a comandar o país, em outubro de 2022. Toda a região do Sahel, no continente africano, vem sofrendo com grupos terroristas que tomam conta da região, desde 2015.
Milhares de pessoas foram mortas e cerca de 2,7 milhões de moradores se descolaram da região do Sahel devido à crise de mantimentos e aumento da violência, oriunda da presença de terroristas.
Jihadistas
Burkina Faso é um dos países que está sofrendo com a presença de grupos jihadistas ligados ao Estado Islâmico (EI) e ao Al-Qaeda. Os terroristas constantemente bloqueiam vias de transporte, comprometendo ainda mais o abastecimento das cidades.
O sequestro das mulheres não é o primeiro caso de violência por conta dos extremistas. Em setembro do ano passado, dezenas de militares do governo do país da África Ocidental foram mortos após ataque ao comboio com mais de 150 veículos que carregavam mantimentos para abastecer a capital de Soum, mesma região em que as mulheres foram raptadas.
Instabilidade política
Além dos problemas de alimentação, abastecimento de cidades, escassez de mantimentos e terror causado por jihadistas, Burkina Faso está em crise política. O fracasso no combate à violência, fez com que a população pedisse e legitimasse um golpe militar; e foi o que aconteceu: o então presidente Roch Kabore foi tirado do poder.
Meses depois, em outubro, outro golpe aconteceu. O militar que liderou a deposição do ex-presidente foi destituído e outro grupo militar passou a tomar as rédeas do país o que aumentou a instabilidade política do país.