Comandante da Seleção Brasileira de
Zé justificou as opiniões durante entrevista à Itatiaia. Para ele, os novos nomes sofrerão com um adicional que não existia há 20 anos: pressão.
“O investimento nos treinadores tem sido muito grande. Tanto que nas categorias de base, nos clubes que eles estão tendo oportunidade. Eu acho que agora é uma questão de tempo, mas é um tempo mais curto, né? Porque a gente está num processo de daqui a pouco deixar para outros e aí as escolhas vão acontecer. É de preparação”, disse.
“Nós éramos jovens, mas não tínhamos tanta pressão como nós temos agora. Eu vejo falando de técnicos estrangeiros, eu sou contra técnicos estrangeiros no Brasil. Pera aí, você vai trazer um técnico… Por que que ele não é técnico da seleção do país dele? E quantas vezes o país dele ganhou uma medalha de ouro ou mundial ou chegou numa final de Campeonato Mundial? Eu acho que a gente tem gente muito boa aqui dentro, né, para poder ser técnico, para poder executar o trabalho”, afirmou.
“Esse processo (de renovação) está sendo feito e eu vejo que daqui a pouco isso vai acontecer. É questão de poucos anos agora, né? Porque tanto o Bernardo quanto eu daqui a pouco já estamos passando o bastão”, avaliou.
“Esse pessoal que tem na perspectiva de ser técnicos do futuro da seleção nacional se prepara porque vai encontrar muita coisa, né, de diferença e uma pressão absurda em ser técnico de seleção nacional hoje. Então não é tão simples como as pessoas acreditam, não é? Então vamos ver, vamos torcer para que dê tudo certo”, concluiu.
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Experiência no exterior
O treinador da Seleção Brasileira também destacou a importância de bons resultados fora do Brasil. O comandante avaliou como positiva a vivência em clubes grandes do exterior.
Zé Roberto relembrou o período que trabalhou e foi campeão no Fenerbahce, da Turquia. Bernardinho, por sua vez, passou por Perugia e Modena, da Itália.
“Quantos técnicos desses trabalham fora do Brasil ou fizeram trabalho ou resultado fora do Brasil? Tem muita coisa. Eu acho que tem estrada a ser percorrida, que foi a estrada que eu percorri”, questionou.
“Eu fui ser técnico do Fenerbahce-TUR, talvez eu seja o único técnico no Brasil que ganhou uma Champions League da Europa. O Bernardo foi trabalhar em Perúgia, né? Depois passou na seleção francesa, mas eu sei que ele teve convites de várias seleções do mundo e de times do mundo sempre, assim como eu”, disse.
“Então eu acho que essas experiências que esses treinadores fazem fora também, dirigindo equipes fora, aprendendo, vendo como é que é o mercado lá fora, o voleibol, os países, as ligas lá fora. Trabalhar com jogadoras estrangeiras, ser cobrado por resultados importantes, né?”, pontuou.
“Eu acho essas experiências fantásticas. Só ser técnico do Brasil, você pode fazer um resultado no Brasil, você precisa construir isso. Agora, eu acho que quando for para fora, tem que pegar um grande time, ser convidado ou pegar um time de menor porte que tem que ser colocado e tentar levar o time para cima. Acho que isso é importante, mas aprender sempre”, finalizou.