Lenda do tênis mundial, o sueco Björn Borg lançou nesta quinta-feira (18) sua biografia, intitulada Hjärtslag (Pulso, em sueco), em que fez revelações surpreendentes. Ele abriu o jogo sobre o uso de drogas na carreira, revelou ter tido duas overdoses por cocaína, que trapaceou bastante em quadra e a luta contra o câncer de próstata.
O sueco começou a se envolver com as drogas em 1980 e teve ataques de pânico após usar cocaína pela primeira vez. Ele jamais havia revelado tal vício e, muito por isso, as histórias contadas no livro deixaram todos surpresos.
“A primeira vez que experimentei cocaína, senti o mesmo tipo de sensação que o tênis já me proporcionava. Senti uma energia incrível e fiquei viciado imediatamente”, revelou. Foi na Studio 54, uma boate em Nova York, nos Estados Unidos. “Não percebi à época o quão perigoso era.”
O vício cresceu em Milan, quando era casado com Loredana Bertè, uma cantora italiana. “Estávamos em companhia errada, com drogas e pílulas a meu alcance. Eu vivia na mais profunda escuridão.” A biografia é coescrita pela atual mulher, Patricia Borg, e conta com 294 páginas.
No livro, o tenista revelou que “a pior vergonha de todas” aconteceu em 1996. À época, quando acordou em um hospital da Holanda após desmaiar em uma ponte, ele seu pai, que o acompanhava em um torneio. Era a sua segunda overdose. A primeira havia ocorrido em 1989, na Itália, de maneira acidental.
“Ele não disse nada e foi constrangedor”, revelou Borg no programa “Skavlan”, ao falar sobre a biografia. “Fiquei envergonhado feito um cachorro”, disse, sem esconder o arrependimento pelos erros. “Decisão estúpida de se envolver com esse tipo de coisa”, admitiu.
O sueco, apelidado de “Homem de Gelo” pela calma em quadra - foram 109 semanas no topo do ranking até se aposentar com somente 26 anos -, escreveu no livro sobre sua luta com o câncer de próstata, com o qual convive desde 2023 e teve que se espalhe pelo corpo.
“Algo que tenho de conviver todos os dias. Eu teria morrido se não tivesse feito a cirurgia.” Apesar de tantos problemas, Borg termina o livro falando que a vida valeu a pena. “Estou muito grato.”
*Com agências