Aos 17 anos, João Fonseca desponta como principal promessa do tênis brasileiro e um dos nomes mais badalados internacionalmente entre os juvenis, já que é atual campeão do US Open e primeiro colocado do ranking da categoria. A história poderia ter sido diferente se não fosse uma lesão sofrida aos 11 anos, em uma quadra de futsal.
Até aquele momento, o carioca passava mais tempo com a bola no pés do que com a raquete na mão, tanto no gramado tanto nas quadras. No entanto, ele se machucou e “colocou na cabeça” que aquela modalidade era muito perigosa. O tênis, com um adversário de cada lado, ganhou espaço.
“Minha família é muito esportista. Cresci fazendo todos os esportes possíveis. Até os 11 anos, eu era mais da escolinha de futebol do que do tênis. Até que eu tive uma lesão mais dura. Foi um tombo feio no futsal e coloquei na minha cabeça que o esporte era muito perigoso. Muito impacto. Aí ei segui focando no tênis e apaixonei pelo esporte. Não digo que eu jogo (futebol) mal, mas também não jogo bem”, disse em entrevista concedida nesta segunda-feira (11).
Agora, com o foco total na carreira profissional, João Fonseca nem brinca de futebol com os amigos para não ter risco de se machucar. No futebol segue ligado ao Flamengo, time do coração do tenista carioca.
Quer conhecer Federer
O talento de João Fonseca foi percebido pela marca de material esportivo “On Running”. Apenas três atletas foram escolhidos para representar a marca no início da trajetória do tênis. Além do brasileiro, apenas a quatro vezes campeã de Grand Slam, Iga Swiatek, e o semifinalista do US Open Ben Shelton usam os uniformes da marca.
Esse fato ganha ainda mais importância pelo fato de Roger Federer ser um dos sócios da empresa suíça. Conhecer o ex-jogador é um sonho do brasileiro, que deve ser concretizado em breve.
“Estou sendo patrocinado pela On. É uma responsabilidade imensa. Só tem eu, Ben e Iga. Quando recebi a proposta, tinha recebido outras, mas botei na minha cabeça que ia escolher essa. Eu ainda não conheci o Federer. Acredito que vá conhecer brevemente. Ele sempre foi um ídolo. É o jogador que eu mais gostei. Não assisti muitos jogos, mas é o cara em que eu me inspirei pela forma de jogar”, disse.
Tenista corajoso
Em toda a campanha do US Open, João Fonseca teve mais bolas vencedoras do que o adversário. Ao contrário de tenistas que são mais defensivos no juvenil e sofrem para conseguir fazer a transição para o profissional, João Fonseca pode pecar pelo excesso de agressividade. O brasileiro joga próximo da linha base e se baseia também em um saque potente.
“Pelo o que o meu treinador disse, sempre foi uma característica minha. Ele me conheceu quando eu tinha 11 anos. Eu era um menino que jogava com o boné para trás e metia a mão na bola. Uma na tela, um winner, outra no pé da rede. Eu gostava de bater na bola independentemente de onde ela ia. Ele sempre falou que eu sou um dos caras mais corajosos. Independentemente do ponto, eu quero bater na bola. Eu digo que é uma característica minha”, disse.
Títulos na quadra rápida, preferência pelo saibro
A grande maioria dos torneios juvenis disputados no Brasil é disputada em quadras de saibro, o que faz a superfície ser a preferida da maioria dos tenistas do país. João Fonseca é mais um que ainda prefere atuar na “terra batida”. No entanto, tem os melhores resultados na quadra rápida.
“Eu nasci jogando no saibro, mas gosto muito de jogar na quadra rápida pelo meu estilo agressivo. Aprendi a jogar na grama e me senti super bem. Eu diria que prefiro muito jogar no saibro, mas meu treinador diz que eu jogo melhor na rápida. Consigo jogar em todas as superfícies me sentindo bem”, finalizou.