O Brasil já vive expectativa para a disputa dos Jogos Pan-Americanos de Santiago, no Chile, em outubro. O evento servirá como reta final de preparação do país para as Olimpíadas de Paris, na França, no próximo ano, principal objetivo esportivo do Comitê Olímpico Brasileiro (COB).
E o COB já tem uma projeção de medalhas para o Brasil na próxima edição dos Jogos Olímpicos. Em entrevista ao CNN Esportes S/A, Paulo Wanderley, presidente da entidade, detalhou o que espera de conquista para o país em Paris.
“Os parâmetros para o Brasil sobre o que vai acontecer nos jogos são as competições anteriores ao evento. Os jogos Pan-americanos são realizados esse ano, os mundiais de cada modalidade, esse ano... Isso dá a visão realista do que esperar em relação a resultados.
Em 2022 tivemos uma previsão do que esperar: os resultados foram melhores do que em Tóquio 2021. Temos sempre que superar o ano anterior.
Estamos passando por um momento atípico, o outro ciclo olímpico teve 5 anos e esse terá três anos. É um período de ajustes com a preparação de atletas e parte econômica.
Mas isso foi para todo mundo. Tem algumas particularidades: alguns atletas que foram medalhistas em 2021, se os jogos tivessem sido em 2020, nem estariam classificados. Há sempre a compensação. Os técnicos tiveram que quebrar a cabeça, mas está fluindo bem”, disse.
Surfe e skate geram expectativa
Paulo Wanderley espera que o Brasil melhore os resultados dos Jogos de Tóquio, especialmente no surfe e no skate.
No surfe, o Brasil levou o ouro com Ítalo Ferreira, mas pode ter mais medalhas em Paris. Já no skate, o país teve três medalhas de prata: Rayssa Leal, Kelvin Hoefler e Pedro Barros.
“O Surfe é uma modalidade que já fazia um trabalho em termos mundiais há um tempo. Agora nossos surfistas poderão confirmar os resultados que nós tivemos em Tóquio. Assim como o skate, podemos reproduzir esse resultado e até melhorar, essa é a realidade.
O movimento de novos esportes olímpicos para atração de jovens está funcionando. Há necessidade sempre de renovação. Os esportes tradicionais têm seus espaços reservados e não caem. Mas é uma forma de dar abertura aos jovens.
A Olimpíada é muito grande e vem em um crescimento exponencial. Mas essas modalidades que entram também têm a possibilidade de sair. Há uma análise se a expectativa do COI foi atingida”.
Expectativa de pódio
O Brasil tem expectativa de pódio em esportes tradicionais e está em alta em outros esportes, como no tiro com arco. O presidente do COB fez uma projeção para o futuro do país em alguns esportes.
“Nós temos a expectativa de pódio, a diferença de uma medalha de ouro, prata ou bronze é sutil. As mais tradicionais, vôlei na quadra e na areia, o judô, mas têm outras surgindo. Tivemos a ginástica artística medalhando, e agora a ginástica rítmica. Agora, temos um atleta do tiro com arco, que está no top 5 do mundo”.
Outro ponto citado pelo presidente do COB é a expectativa pela manutenção de medalhas que não eram previstas em Tóquio.
“Medalhas não previstas com Alison dos Santos (Piu) e Ana Marcela na maratona aquática. São modalidades de referência no país. O Piu passou por uma cirurgia, mas já voltou bem. A Ana Marcela na maratona aquática… São imprevistos que nós não temos controle, mas temos sempre atenção para dar o melhor auxílio possível. Nós estamos sempre juntos das confederações e eles estão se recuperando bem”.
Logística
Além da preparação esportiva, o COB também trabalha internamente para dar a melhor estrutura possível para os atletas em Paris. De acordo com Paulo Wanderley, o trabalho é feito pela entidade desde 2019.
“A preparação para os Jogos Olímpicos começa muito antes do que a população começa a escutar sobre os jogos. Em 2019, já fizemos a primeira visita a Paris para ver nossas bases, onde os atletas se hospedarão, qual a melhor localização para nossos atletas. Do ponto de vista administrativo, já estão encerradas as Olimpíadas de Paris”, concluiu.
CNN Esportes S/A
Esta foi a 13ª do CNN Esportes S/A. O programa vai ao ar todos os domingos, às 21h15, e fala sobre um mercado que movimenta bilhões e é um dos mais lucrativos do mundo: o futebol.
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