Às vésperas de mais uma edição dos Jogos Olímpicos (Paris, em 2024), um questionamento volta a ser feito no Brasil: por que o país não é uma das maiores potências olímpicas? Para falar sobre o assunto, o programa CNN Esportes S/A convidou Paulo Wanderley, presidente do Comitê Olímpico Brasileiro (COB).
Apesar de ser um país de dimensão continental, o Brasil não está entre os maiores vencedores nos Jogos Olímpicos. Para o presidente do COB, faltam recursos para a criação de programas esportivos, especialmente nas escolas.
“Falar em Estados Unidos é falar de recursos. Essa é a nossa diferença para eles.A dificuldade do Brasil é sua dimensão continental: fazer um programa único no Brasil não funciona. Em cada estado se pensa de uma forma. E não há dinheiro suficiente para fazer esses programas funcionarem. Sem recursos a gente não vai pra frente, mesmo tendo o modelo ideal”, disse Paulo Wanderley.
“Realmente tem que ter o esporte na escola, mas as escolas tendem a preferir pela sala de aula. São muitas variáveis”, completou.
O Brasil é a 12ª maior potência olímpica do mundo (classificação final da Olimpíada de Tóquio, no Japão). Paulo Wanderley fez uma comparação com outros países que são destaques esportivos.
“O conceito é relativo. As top 5 das Olimpíadas são também potências econômicas e sociais. O Brasil tem um número muito bom: estamos em 12º. Em 12º de 206 países. Qual outra vertente que o Brasil aparece em 12º lugar no mundo? A ascensão é milimétrica, não vai ser na minha gestão que vamos para o décimo lugar. Mas vamos passo a passo, a meta é sempre estar até o 15º lugar no geral”.
Incentivo aos atletas
Paulo Wanderley também destaca que houve melhora no incentivo aos atletas, mas diz que o Brasil ainda precisa evoluir neste quesito.
“Hoje a situação está melhor, mas temos muito a melhorar. Quando um atleta chega a uma seleção nacional, já há uma estrutura montada para ele. O começo é muito difícil e seguirá assim. Falta consciência da sociedade, patrocínios, mas temos atletas com bolsas de patrocínio do governo federal, forças armadas, aqueles que já chegaram, não falta apoio”, disse.
“E o COB dá a sustentabilidade para quando ele está na seleção, o atleta não investe mais para competir, treinar. Houve uma melhora extraordinária nos últimos anos. Não é o suficiente, mas é através do esporte de alto rendimento é um ponto de motivação. Hoje os atletas já podem ter uma carreira pós-esporte”, completou.
CNN Esportes S/A
Esta foi a 13ª do CNN Esportes S/A. O programa vai ao ar todos os domingos, às 21h15, e fala sobre um mercado que movimenta bilhões e é um dos mais lucrativos do mundo: o futebol.
Em pauta, os assuntos mais quentes da indústria do mundo da bola, na perspectiva de economia e negócios.