O Sport vai receber aproximadamente R$ 135,8 milhões nos próximos 18 meses do acordo de adesão à Liga Futebol Forte (LFF). O montante foi revelado pelo UOL, no final de março, e finalmente ratificado à reportagem da Itatiaia nesta terça-feira (9), pelo presidente rubro-negro, Yuri Romão. O valor é referente às vendas, a partir de 2025, de 20% dos direitos de transmissão da equipe no Campeonato Brasileiro durante 50 anos - ou seja, até 2075.
“Dentro da negociação que foi feita da venda dos 20%, nós temos um valor que, de fato, é próximo disso que foi publicado”, afirmou Romão, referindo-se ao valor de R$ 135,8 milhões.
“Isso já foi fruto de um vazamento de documentos. Nós temos um termo de confidencialidade, mas o valor se assemelha a isso. Não é exatamente esse, mas se assemelha”, fez questão de ponderar o mandatário rubro-negro.
Pelo acordo com a Liga Forte Futebol, grupo o qual se vinculou, o Sport vai receber o pagamento do investidor em três momentos:
R$ 67,9 milhões (50%) na primeira parcela, agora no próximo mês de junho;
R$ 33,9 milhões (25%), na segunda parcela, em janeiro de 2023;
R$ 33,9 milhões (25%) na terceira, em dezembro de 2023.
Yuri Romão, entretanto, alertou que o valor pode não ser exatamente inteiro, pois depende de algumas variantes de custos. Ele tem razão. Afinal, a tabela da LFF tem previsão de ganhos brutos para os clubes. Isso pode levar essa receita a sofrer descontos com comissões e impostos, por exemplo. “Existem variantes”, resumiu-se a dizer o rubro-negro.
Para onde vai esse dinheiro
O Sport atravessa, neste momento, um processo de Recuperação Judicial. O clube, de acordo com o balanço de 2022 divulgado há dez dias pelo clube, entrou no décimo ano consecutivo de déficit financeiro, com um passivo que chegou a ordem dos R$ 271 milhões.
Um dos destinos desse valor oriundo da LFF seria fundamentalmente para negociar dívidas. “A gente tem um débito hoje da ordem de R$ 115 milhões com a Procuradoria-Geral da Fazenda Nacional (PGFN), com imposto de renda e INSS, que para negociar a gente precisa fazer algumas entradas”, disse Romão.
Outro ponto colocado é a estruturação da Ilha do Retiro.
“Nós temos uma carência enorme evidenciada inclusive no último jogo com o Ceará [na final da Copa do Nordeste] em relação à questão de infraestrutura, seja da Ilha do Retiro, seja do nosso CT. A pandemia foi muito cruel porque a gente já vinha numa situação complicada de manutenção. Se faz necessário fazer algumas intervenções”, afirmou.
“Além disso, a gente precisa ter, como qualquer empresa, e temos que tratar isso aqui como empresa, uma poupança, um caixa para as nossas eventuais necessidades. E investimentos no futebol: subiu? Óbvio que a gente precisa fazer investimento, isso não cai do céu”, concluiu o presidente do Sport.
Liga Forte Futebol do Brasil
A LFF defende, desde o princípio, uma distribuição mais justa de receitas, além de fair play financeiro e governança, com base no que é visto, por exemplo, na Premier League. No formato aprovado pelo grupo, os critérios para a divisão financeira são: 45% de maneira igualitária, 30% pela performance esportiva e 25% pelo apelo comercial. Além disso, há uma regra para que em nenhum cenário a disparidade entre o primeiro e o último time seja superior a 3,5 vezes.