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Crise escancarada no Sport: Ilha do Retiro tem corte de luz por falta de pagamento

Dirigente desabafa, expõe ambiente interno e cobra ‘virada de chave’ em prol da instituição

Arquibancada da Ilha do Retiro, estádio do Sport

A sede da Ilha do Retiro, do Sport, teve o fornecimento de energia elétrica suspenso na manhã desta segunda-feira (24) por falta de pagamento. O clube acumula R$ 266.987,18 em débitos, referentes a três faturas de consumo atrasadas. A informação é do ge.

Em nota, o Sport confirmou o corte realizado pela concessionária responsável pela distribuição elétrica em Pernambuco, mas informou que já iniciou o processo para regularizar a situação.

“O Sport Club do Recife informa que já firmou acordo com a Neoenergia para o restabelecimento do serviço, e a concessionária iniciou de imediato o processo de religação”, disse o comunicado oficial.

O episódio ocorre em um momento de forte instabilidade financeira e política no Sport, rebaixado matematicamente para a Série B do Campeonato Brasileiro com cinco rodadas de antecedência. Salários de jogadores e colaboradores estão atrasados.

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Dirigente expõe “passividade” dentro do clube

No domingo (23), após a derrota por 3 a 1 para o Vitória, o diretor geral do Sport, Enrico Ambrogini, já havia demonstrado insatisfação com a postura interna do clube. Sem citar nomes, o dirigente afirmou que a crise vai além do desempenho esportivo e envolve toda a instituição.

“A passividade que a gente tem está muito distante de ser só jogador e treinador. É o clube inteiro. Eu não posso, amanhã, estar de risadinha, achando que está tudo certo. É inaceitável. A gente tem que começar virar a chave”, disparou.

“O que a gente precisa agora é que quem queira assumir, tenha hombridade, que tenha c..., que assuma a frente do Sport [...] Esse DNA precisa ser resgatado, não é só de jogador. O DNA de todo mundo lá dentro”, acrescentou.

Enrico Ambrogini, diretor geral do Sport, durante entrevista coletiva

O dirigente também destacou que ninguém dentro da instituição está isento de cobrança e que ninguém está garantido para 2026, já que mudanças políticas vão acontecer no clube.

“Está todo mundo na reta, eu provavelmente também estou. Se não melhorar, se não for condizente com o desempenho, acabou. Me parece que ninguém está olhando para a instituição. Me parece que os valores individuais estão acima da instituição”, completou.

Transição política e incertezas

O clube também atravessa um período de instabilidade política. O presidente Yuri Romão já anunciou que deixará o cargo, afirmando que pretende organizar um processo de transição para que uma nova gestão assuma com mais estabilidade.

Romão seguirá na presidência até que seja eleito um novo dirigente em mandato tampão, que irá até o fim de 2026. O processo eleitoral será iniciado após a conclusão de uma auditoria interna.

Diante de toda essa crise, o Sport volta a campo na sexta-feira (28), às 21h30 (de Brasília), contra o Santos, pela 36ª rodada do Brasileirão. A partida será realizada na Vila Belmiro, no litoral paulista.

Lincoln Oriaj é correspondente da Itatiaia em Salvador e cobre o futebol do Nordeste. Além de contar histórias sobre o esporte na Bahia, possui experiência com cobertura de grandes festas como Carnaval e São João. Antes da Itatiaia, fez a ASCOM do Botafogo/BA e colaborou em TVE, ge.globo e Jornal A TARDE.

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