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Jean Lucas quebra tabu histórico e reencontra velho amigo na Seleção Brasileira

Após 34 anos, Bahia volta a ter um jogador convocado para vestir a Amarelinha

Jean Lucas durante entrevista coletiva na Seleção Brasileira

O volante Jean Lucas, do Bahia, vive um momento especial na carreira. Convocado pela primeira vez para a Seleção Brasileira, pelo técnico Carlo Ancelotti, o jogador concedeu entrevista coletiva nesta terça-feira (2).

Ele destacou a representatividade de ser o primeiro atleta que atua no futebol nordestino a receber uma oportunidade após Diego Souza, em 2017, quando defendia o Sport. Além disso, o Bahia volta a ter um jogador chamado para a Seleção após 34 anos. O último havia sido o meia Luiz Henrique, em 1991.

Para Jean Lucas, esse contexto aumenta ainda mais o peso da conquista. O jogador fez questão de agradecer ao técnico Rogério Ceni, do Bahia, a quem atribuiu papel fundamental na evolução da sua carreira nos últimos meses.

“Eu sei que é algo muito marcante, é uma responsabilidade muito grande que eu tenho de representar o Nordeste e, principalmente, o Bahia. Sei que preciso continuar performando no Bahia, que eu vou conseguir efeitos incríveis com a camisa da Seleção Brasileira”, disse.

“Somente gratidão ao Rogério por tudo, foi um cara que me moldou muito como pessoa, como jogador, me ajudou bastante na minha chegada no Bahia. Conversou comigo antes de chegar, falou que eu ia ajudar ele, ele ia me ajudar e a gente ia conseguir feitos grandes com o Bahia”, acrescentou.

Jean Lucas ainda detalhou como Ceni o reposicionou em campo, potencializando suas características ofensivas, que o tornaram um jogador mais completo e de destaque no cenário nacional.

“Acho que o Rogério me potencializou muito. Eu jogava muito como primeiro volante, segundo volante. Agora eu jogo como um meia, chegando mais perto da área. Com isso eu consigo dar assistências e fazer gols. Acho que isso foi o que fez o professor me chamar para a Seleção e me dar essa oportunidade”, analisou.

“Consigo chegar bem na frente e retornar bem na marcação, aquele famoso ‘box to box’. Foi mais ou menos isso que me trouxe até aqui. Então ele me ajudou a fazer gols, eu não era um volante que fazia muito gol. Sei que tenho muito a crescer ainda, muito a evoluir, mas somente gratidão ao Rogério e ao Bahia por me terem me feito chegar até aqui”, complementou.

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Novato na Seleção Brasileira, Jean Lucas encontrou em Lucas Paquetá, do West Ham-ING, a recepção calorosa e as brincadeiras dos tempos de Flamengo e Lyon-FRA, que agora podem se repetir com a Amarelinha.

“A gente jogou bastante tempo junto desde a base, jogamos juntos no Flamengo. Ele está na Seleção, já tem uns sete anos. Ter um cara como ele aqui, para mim, é muito importante, foi muito bom. A gente se reencontrou, fazia tempo que a gente não tinha esse contato”, lembrou.

“No Lyon a gente fazia brincadeira, fazia dancinha, então foi muito bom ter ele aqui e ter essa recepção dele, um cara de excelência. Não sei se a gente vai estar junto em campo, mas se tiver, vou estar muito feliz”, concluiu.

Jean Lucas integra o grupo que entrará em campo nos dois últimos compromissos do Brasil nas Eliminatórias da Copa do Mundo. O jogo contra o Chile está marcado para esta quinta-feira (4), às 21h30 (de Brasília), no Maracanã, enquanto a partida contra a Bolívia será na terça (9), às 20h30, em El Alto.

Lincoln Oriaj é correspondente da Itatiaia em Salvador e cobre o futebol do Nordeste. Além de contar histórias sobre o esporte na Bahia, possui experiência com cobertura de grandes festas como Carnaval e São João. Antes da Itatiaia, fez a ASCOM do Botafogo/BA e colaborou em TVE, ge.globo e Jornal A TARDE.