Ouvindo...

Multidão em Belém: começa plano de Diniz de reconectar torcedor com a Seleção

Torcedores acampam na porta do hotel, ganham mimos e ovacionam Neymar e cia; ideia da CBF é que Seleção jogue em nove cidades diferentes pelas Eliminatórias

Neymar aparece para multidão de torcedores que estava na porta do hotel da Seleção em Belém

Fernando Diniz tem repetido em suas entrevistas como técnico da Seleção Brasileira que um de seus objetivos é o de reconectar o time com o torcedor. Passa por isso que o desempenho em campo seja bom, talvez resgatando um pouco do “futebol-arte”, que anime o brasileiro a ligar a TV, ou qualquer aparelho conectado à internet, para assistir a Seleção.

Mas também passa por isso estar mais próximo do torcedor. Nesta sexta-feira (8), às 21h30 (de Brasília), o Brasil estreia nas Eliminatórias contra a Bolívia em um Mangueirão, em Belém, que deve estar lotado. E desde segunda-feira (4), quando o elenco começou a desembarcar na capital do Pará, milhares de pessoas passaram pela porta do hotel, como há bastante tempo não se via.

O auge ocorreu no fim da noite desta quinta-feira (7), véspera da estreia, feriado da Independência, quando uma multidão esteve na frente do hotel e ovacionou os jogadores que saíram até uma parte alta do edifício para cumprimentar o povão. O plano de Diniz parece que começa a dar certo.

“Vimos aqui uma torcida inteira apaixonada, um calor humano que dificilmente se vê desde a chegada no hotel, saída para o treino. Agradecer desde já esse carinho, é uma das coisas que defendo, que a Seleção precisa se reconectar com seu povo e país. O Brasil é o país do futebol porque as pessoas amam o jogo, não porque é o melhor, Copas se ganham e se perdem, isso é secundário. É o país do futebol porque crianças pobres enxergam o futebol como única maneira de ter ascensão. Por isso a Seleção tem que estar com o povo”, disse Fernando Diniz.

A cúpula da CBF parece ter o mesmo pensamento. A ideia para os nove jogos que o Brasil fará como mandante nessas Eliminatórias é levar o Brasil a nove Estados diferentes. No último qualificatório, por preferência do técnico Tite, o Brasil fez mais partidas em São Paulo, quatro, três na Neo Química Arena, do Corinthians.

Em 12 de outubro, a Seleção enfrentará a Venezuela, pela 3ª rodada, em Cuiabá, na Arena Pantanal. O confronto de novembro contra a Argentina esteve perto da Arena da Amazônia, em Manaus, também por questões de logística, já que dias antes o jogo será na Colômbia. ]

Mas uma preocupação da Fifa e da Conmebol com a segurança do clássico sul-americano fez com que o estádio Mané Garrincha, em Brasília, se tornasse favorito, com uma possibilidade também de São Paulo ter o confronto.

Neymar é, de longe, o mais assediado pelos torcedores em Belém. Talvez pudesse haver alguma concorrência com Vinícius Júnior se o atacante não tivesse sido cortado por lesão. Mesmo com alguns problemas de lesão recentes, com derrotas nas Copas de 2014, 2018 e 2022, e com a saída da Europa para o Al Hilal, da Arábia Saudita, o camisa 10 é por quem as pessoas gritam o tradicional “só vim aqui para te ver”.

“Essas pessoas não dependem do microfone [citação às críticas da imprensa], elas estão ali por você, por um tchau, por um sorriso. E isso é gratificante demais. Muita gente não sabe o que faço, o que sofro dia a dia. Me esforço sempre, no clube e dentro da Seleção, e ter esse carinho é bom demais”, disse Neymar.

Formado em jornalismo pela PUC-Campinas em 2000, trabalhou como repórter e editor no Diário Lance, como repórter no GE.com, Jornal da Tarde (Estadão), Portal IG, como repórter e colunista (Painel FC) na Folha de S. Paulo e manteve uma coluna no portal UOL. Cobriu in loco três Copas do Mundo, quatro Copas América, uma Olimpíada, Pan-Americano, Copa das Confederações, Mundial de Clubes, Eliminatórias e finais de diversos campeonatos.