Aos 26 anos, o lateral-esquerdo Caio Henrique terá sua primeira oportunidade na Seleção Brasileira. O jogador do Monaco, da França, foi um dos dois novatos convocado pelo técnico Fernando Diniz para as duas primeiras rodadas das Eliminatórias para a Copa de 2026.
Na lista inicial os estreantes eram Caio e Bento, goleiro do Athletico, que acabou cortado por lesão. Mas o substituto Lucas Perri, do Botafogo, também debutará com a amarelinha.
“Muita alegria e felicidade. É o reconhecimento de todo um trabalho que venho desempenhando nos últimos anos dentro de campo e ter a oportunidade de ser convocado para a Seleção é ver que todo esforço valeu a pena. Defender a Seleção principal sempre foi um sonho e vinha buscando isso há algum tempo. Nunca desanimei e sempre busquei trabalhar cada vez mais para que esse momento chegasse”, disse Caio Henrique em entrevista exclusiva à Itatiaia.
Caio é cria da base do Santos, mas antes de chegar ao profissional foi vendido ao Atlético de Madrid, da Espanha, em fevereiro de 2016. Ele tinha 18 anos. Na época ele era considerado uma das grandes promessas do Santos, mas não como lateral: Caio Henrique chegou ao futebol europeu como meio-campista.
E quem teve a ideia de colocá-lo como lateral-esquerdo? Fernando Diniz, em 2019, quando ambos trabalharam juntos no Fluminense, clube para o qual ele estava emprestado pelo Atlético de Madrid.
“Conheço o Fernando Diniz desde 2019, quando trabalhamos juntos no Fluminense. É uma pessoa muito capacitada e preparada para encarar esse desafio. Foi o responsável por me lançar na lateral, e acabei me firmando por ali de vez. Já mantivemos contato em algumas oportunidades, até mesmo quando eu vinha visitar o Fluminense nas minhas férias e agora vamos nos reencontrar na Seleção. Será um prazer poder trabalhar mais uma vez com ele”, disse o lateral.
Por outra Seleção?
Como chegou garoto à Espanha, Caio Henrique recebeu alguns anos depois a cidadania espanhola e houve sondagem para defender a Seleção daquele país. Ele admitiu que, sem receber chances no Brasil, chegou a pensar em ‘outras possibilidades’.
“Chegaram a ter algumas sondagens, mas nada de concreto. A gente em algum momento acaba pensando em outras possibilidades, mas o importante é que deu tudo certo e hoje poderei representar o Brasil, que era o meu grande sonho como atleta profissional”, afirmou.
Curiosamente, o Monaco teve dois laterais convocados por Diniz. Além de Caio Henrique, canhoto, o lateral-direito Vanderson, de 22 anos, foi chamado. O companheiro já havia tido oportunidade na Seleção principal em junho, lembrado pelo interino Ramon Menezes para os amistosos contra Guiné e Senegal, na Europa.
“Não estávamos juntos na hora [da convocação], mas foi realmente uma alegria muito grande para o clube, que terá dois representantes na Seleção Brasileira. Vanderson chegou aqui e vem tendo ótimos momentos. É um cara focado e um grande jogador. Merece o que está vivendo e tem muito talento”, disse Caio Henrique.
Titular do Monaco na disputa do Campeonato Francês, Caio avalia que a saída de nomes importantes do país, como Messi e Neymar, que deixaram o PSG, não deve afetar o interesse pelo torneio local.
“Essas mudanças são naturais, mas a Ligue 1 continua tendo grandes nomes do futebol. Acho que a competição seguirá atraindo muito interesse, pois conta com muitos bons jogadores e muitos jovens que estão surgindo para o futebol”, disse.
O concorrente de Caio Henrique na lateral esquerda será Renan Lodi, do Olympique de Marselha, que está voltando a ter chances na Seleção Brasileira principal. A tendência é que Lodi seja titular contra a Bolívia, nesta sexta-feira (8), às 21h45 (de Brasília), na estreia das Eliminatórias. O segundo jogo será contra o Peru, na terça-feira (12), em Lima, às 23h (de Brasília).
