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Náutico avança para concretizar SAF em meio a processo de saneamento do clube

Náutico tem realizado avanços internos para consiguir fechar um bom negócio para o clube

Diógenes Braga, presidente do Náutico

O Náutico está, de fato, cada vez mais perto de se tornar uma Sociedade Anônima do Futebol (SAF). E, consequentemente, de vender 90% das ações da sua empresa. Após a informação sobre o avanço das negociações que podem render aproximadamente R$ 1 bilhão em investimentos ao clube nos próximos dez anos, o clube trabalha nos bastidores para avançar nos trâmites legais a fim de assinar o contrato até o fim deste ano.

Desde o início do ano, o presidente Diógenes Braga já havia sinalizado que “ estava vestindo o Náutico para fazer uma SAF saudável”, confome afirmou à época. Para concretizar a operação, o Timbu aguarda uma oferta definitiva. A atual proposta pela venda da SAF ainda tem um caráter não-vinculante, quando não há um compromisso definitivo, e as condições de negociação ainda podem se alterar.

A gestão alvirrubra trabalha nos bastidores para que o processo de concretização da SAF e a sua consequente venda de 90% ocorra até o final desta temporada, embora internamente exista um consenso de que todos os trâmites precisam ser respeitados sem atropelos. Vale lembrar que a direção atual só tem mandato até o fim deste ano.

Com a Pluri Consultoria Bridge Sports Capital, empresa vinculada ao clube desde o ano passado, e com o apoio da Cahu Beltrão Advogados, o Náutico espera levar nas próximas semanas uma proposta concreta para o Conselho Deliberativo e, em seguida, para a Assembleia Geral de Sócios. A tendência é que o processo seja aprovado sem resistências.

Os passos até a chegada da SAF

Para chegar à concretização da SAF e a possível venda majoritária desta empresa, uma série de passos foram dados ao longo da temporada. O principal deles é o processo de Recuperação Judicial (RJ) que o Timbu atravessa desde março.

Nesta semana, inclusive, conseguiu uma liminar para prorrogar o prazo que suspende as ações e execuções contra o clube por mais 180 dias.

O clube planeja propor na Assembleia de Credores um deságio que pode chegar a até 90%, a depender da classe em questão. Para quitar parte substancial das dívidas, o Timbu conta com uma verba rescisória da Arena de Pernambuco S.A, no valor de aproximadamente R$ 14 milhões, para honrar as propostas de pagamento.

Conforme apurou a Itatiaia, as negociações para a venda da SAF estão avançando porque o mercado vê o Náutico de hoje como um “player” que pode gerar bom retorno num curto e médio espaço de tempo. O clube tem, por exemplo, 26 mil sócios em dia, mesmo após a frustrante campanha que culminou com a precoce eliminação na Série C.

Além disso, os salários dos funcionários e atletas estiveram e estão em dia ao longo de toda a temporada. Outro ponto pontuado no âmbito da negociação foi a locação de três hectares do terreno do Centro de Treinamento Wilson Campos, que possui um total de 54 hectares.

No acordo com o Grupo Mateus, empresa com operações no varejo, o Timbu está cedendo o terreno por 20 anos com um aluguel mensal de R$ 130 mil (valor que será corrigido ano a ano) - o que remete a R$ 1,56 milhão apenas nesta primeira temporada.

Por fim, o clube também está muito próximo de recuperar o Certificado de Clube Formador. Apenas um laudo do Corpo de Bombeiros separam o Náutico de voltar a ter a ferramenta, que também é fruto de uma série de melhorias no CT e de um orçamento para as divisões de base aumentado em 50%, a despeito do rebaixamento do clube à Série C. O investimento com folha de pagamento de atletas, comissão técnica e staff passou de 80 mil, em 2022, para em torno R$ 120 mil ao mês neste ano.

Os quase R$ 1 bilhão que podem chegar ao Náutico através da venda da SAF seriam fracionados em investimentos nos próximos 10 anos, com foco justamente em mais investimentos na base, no futebol, além de melhorias estruturais na sede do clube, no estádio dos Aflitos e no Centro de Treinamento Wilson Campos, além de pagamentos de dívidas - o Timbu, atualmente, possui um passivo de R$ 132 milhões e está em processo de recuperação judicial.

A direção alvirrubra, conforme ouvido pela nossa reportagem, entende que este será um passo fundamental para o processo de profissionalização do clube e no crescimento da marca alvirrubra, deixando o Timbu pronto para almejar objetivos maiores nos próximos anos.

Jornalista, natural do Recife, é atualmente correspondente do portal Itatiaia Esporte na região Nordeste. Com mais de uma década de experiência no jornalismo esportivo, tem passagens pela Folha de Pernambuco, Diario de Pernambuco, Superesportes e NE45. Em Portugal, trabalhou por O Jogo e Sport Magazine.