Um dos últimos atos da gestão Diógenes Braga à frente do Náutico, em dois anos marcados essencialmente pelo rebaixamento à Série C, em 2022, e pela permanência na mesma divisão nesta temporada, deverá ser um aceno positivo que a direção atual deixará à torcida. A um passo de recuperar o Certificado de Clube Formador (CCF), o Timbu espera voltar a ter o instrumento após oito anos.
Segundo o vice-presidente de futebol alvirrubro, Léo Portela, apenas uma pendência separa o clube do certificado. Trata-se de um laudo do Corpo de Bombeiros. O Náutico conseguiu o documento provisório há cerca de três meses e, agora, aguarda o definitivo.
“A gente enviou toda a documentação toda para a CBF (Confederação Brasileira de Futebol), que deu retorno positivo, mas com um documento que ficou pendente. Ainda nesta semana estamos tentando enviá-lo e acredito que no mais tardar no final de outubro estaremos com o CCF”, explicou.
Para chegar neste patamar, o clube realizou reformas no Centro de Treinamento Wilson Campos e contratou um novo corpo de funcionários (como psicólogos, pedagogos e assistentes sociais) para atender aos requisitos e reunir as condições estruturais conforme as exigências da CBF. “Fora mudar parte da estrutura interna do alojamento. A alimentação melhorou, hoje os nossos quatro técnicos, do Sub-13 ao Sub-20 têm licença da CBF”, comemorou Portela.
Por fim, sobre o legado deixado pela gestão atual, o vice de futebol admitiu que os resultados em campo não foram positivos e não refletiram a busca pela profissionalização implementada no biênio que se encerra ao fim deste ano. O CCF ficará como uma espécie de aceno positivo à torcida.
“Em termos administrativos e financeiros, a gestão foi bem, mas o campo não espelhou isso. Esse CCF é importantíssimo, não só para a gestão, mas para o clube. Mas, para a gestão, é o retrato do que foi feito e trabalhado no clube. É importante entregar isso antes de acabar a gestão. Estamos correndo para isso. É um trabalho que não é de agora, já ha três quatro anos, mas esperamos entregá-lo agora”, pontuou.
Agora, o Náutico atende a todos os
O que muda para o Náutico com o CCF
Certificado de Clube Formador visa atestar quais clubes cumprem com os requisitos estabelecidos pela Lei Pelé (L.9615/98) para a devida formação técnica e social de atletas no Brasil. A CBF destaca, em documento oficial, que o CCF tem natureza exclusivamente desportiva e sua finalidade é intitular o clube a pleitear a indenização por formação estabelecida na Lei Pelé.
É neste ponto, jurídico, que está uma das maiores conquistas que o Timbu mira na recuperação deste título. “Impacta na segurança dos atletas da base. A qualquer momento, hoje, podemos perder atletas sem retorno financeiro”, alertou Léo Portela.
“Com o Certificado, garantimos ao menos um percentual dos jogadores antes de subir para o profissional. E a cada ano vai aumentando esse percentual. É importante também para vendas futuras”, concluiu o dirigente.