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“É uma oportunidade para os clubes corrigirem rumos. O Brasil precisava de um sistema claro de responsabilidade financeira”, disse o mandatário santista durante participação no CBF Academy, em São Paulo.
O projeto consiste em uma série de regras inspiradas em padrões internacionais de Fair Play Financeiro (FPF) e impõe limites para gastos com elenco, capacidade de endividamento, contração de dívidas e equilíbrio operacional dos clubes.
As medidas passam a valer, gradualmente, a partir de 2026 e será fiscalizada pela Agência Nacional de Regulação e Sustentabilidade do Futebol (ANRESF) - órgão independente criado para a análise das finanças dos clubes.
O dirigente também citou o contexto financeiro enfrentado em 2024, quando o Santos disputou apenas duas das cinco competições previstas inicialmente. “Assumimos um orçamento baseado no 16º colocado da Série A, mas disputamos só o Estadual e a Série B. As decisões precisam considerar a realidade. Futebol exige planejamento e responsabilidade”, pontuou.
Marcelo Teixeira falou sobre outros temas em sua participação no evento organizado pela CBF. Confira abaixo:
DNA formador do Santos
Segundo Teixeira, o Santos precisa corrigir uma distorção criada nos últimos anos: a busca por resultados imediatos nas categorias de base.
“Mudamos a filosofia da revelação de talentos para a busca única e exclusivamente de resultados e títulos na base. É um erro um clube planejar suas divisões de formação apenas pensando no placar. O Santos tem que continuar sendo referência em revelar talentos para transformar vidas”, afirmou.
Teixeira lembrou que o clube revelou, em 25 anos, duas gerações marcantes (“Robinho e Diego, Neymar e Ganso”) e nomes importantes como Rodrygo e Gabigol, mas em volume insuficiente para sustentar competitividade e impacto social.
“O futebol tem uma razão especial, que é a ação social. Meninos e meninas buscam nas grandes equipes uma oportunidade de vida, e nós temos o dever de oferecer isso”, disse.
Em sua fala, Marcelo Teixeira recuperou o ano de 2002 como símbolo de reconstrução. “Entramos no Brasileiro com 90% da imprensa dizendo que iríamos cair. Com média de 22 anos, aquele grupo surpreendeu o país. Revelamos grandes jogadores e, em 2003, cedemos nove atletas titulares para a Seleção Olímpica”, recordou.
Para ele, o caminho atual é semelhante, é necessário investimento sólido em estrutura, ciência e integração entre base masculina e feminina. “Hoje é impossível alcançar bons resultados sem tecnologia, estudos e uma base bem estruturada”, ressaltou.
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Outro ponto enfatizado por Teixeira foi o relançamento da Marca Pelé como ativo estratégico global, agora pertencente a NR Sports, grupo liderado pelo pai de Neymar. “Até então a marca era tratada apenas como questão comercial. Hoje queremos dar a ela identidade, carinho e relevância. Ninguém desassocia o Santos do Pelé, nem Pelé do Santos”, afirmou.
Jogos internacionais
O presidente destacou ainda que o clube pretende aproveitar a paralisação do Campeonato Brasileiro durante a Copa do Mundo para realizar jogos internacionais. “Possivelmente nos EUA ou na Espanha. Os clubes brasileiros exploram muito pouco sua imagem no exterior. O Santos tem um escudo mundialmente conhecido e vamos intensificar esse trabalho para aumentar receitas e fortalecer o clube a médio e curto prazo”, completou.