O Ministério Público divulgou nesta quarta-feira (15) os valores gastos por Andrés Sanchez, ex-presidente do
Além de Sanchez, o diretor financeiro Roberto Gavioli também foi incluído na denúncia. O MP solicita 75% desse valor como reparação por danos morais ao Corinthians e 75% para Gavioli a título de dano moral.
“O dinheiro manuseado era do Corinthians. De modo que, quando se fala em ressarcimento, leia-se ressarcimento por danos materiais e reparação por danos morais”, explicou Conserino durante a coletiva.
Uso pessoal do cartão
O promotor detalhou que as faturas indicam uso pessoal do cartão corporativo, que é da entidade e não de dirigentes. “Dito isso, entendemos, após nos debruçarmos sobre aquelas faturas, que o cartão corporativo do Corinthians, ou seja, empresarial e não da pessoa física, de nenhum dirigente, era utilizado como se fosse privado”, iniciou o promotor.
“Houve uma inversão da propriedade. Fez inúmeras compras particulares. Não é necessária muita perspicácia para saber que um cartão corporativo não é utilizado, por exemplo, em uma drogaria, em uma clínica laboratorial, em um hospital de ponta, em Duty Free. Esse dinheiro é da entidade Sport Club Corinthians Paulista, e não daquele que ocupa momentaneamente o cargo de presidente”, completou Conserino.
A denúncia do MP aponta apropriação indébita continuada, lavagem de dinheiro e falsidade de documento tributário. O caso está relacionado a supostos gastos irregulares durante a gestão de Andrés, entre 2018 e 2020, período em que ele admitiu ter utilizado o cartão para despesas pessoais, posteriormente ressarcidas.
Outros investigados
Além de Sánchez e Gavioli, o Ministério Público também investiga Duilio Monteiro Alves e Augusto Melo, ex-dirigentes do clube, e solicitou o afastamento temporário dos quatro do Conselho Deliberativo e do Conselho de Orientação do Corinthians.
Entenda o caso
Os órgãos fiscalizadores do Corinthians e o Ministério Público investigam supostos gastos irregulares nas gestões de Andrés Sanchez, Duilio Monteiro Alves e Augusto Melo, entre 2018 e 2025.
Em julho deste ano, após vazamento nas redes sociais, Andrés admitiu que usou o cartão corporativo do clube para gastos pessoais e, posteriormente, realizou o reembolso. As compras foram feitas no final de seu último mandato, em 2020.
Em relação a Duilio, o portal ge.globo noticiou, também em julho, que o Corinthians bancou gastos pessoais durante sua gestão. A matéria também relata a suspeita de emissão de notas fiscais frias e gastos em empresa de fachada.
Augusto Melo também é investigado, mesmo sem qualquer informação pública em relação a gastos irregulares com dinheiro do clube durante seu mandato. O ex-presidente foi afastado em agosto, via Assembleia Geral, por conta da investigação do “caso VaideBet”.
O MP solicitou o afastamento temporário dos citados do Conselho Deliberativo e do Conselho de Orientação do Corinthians.