O Atlético não está preocupado com uma possível punição a Dudu por conta do conflito judicial com Leila Pereira, presidente do Palmeiras.
A Procuradoria entende que o atacante cometeu infração prevista no artigo 243-G do Código Brasileiro de Justiça Desportiva, que fala sobre “praticar ato discrimnatório, desdenhoso ou ultrajante, relacionado a preconceito em razão de origem ética, raça, sexo, cor, idade, condição de pessoa idosa ou portadora de deficiência”.
Caso seja condenado, a pena é de cinco a dez jogos de suspensão, além de multa entre R$ 100 e 100 mil.
Apesar de não ter acesso ao processo, Paulo Bracks, CSO do Atlético, que foi auditor do STJD entre 2008 e 2014, afirmou à imprensa nessa quarta-feira (25) que não vê a atitude de Dudu como uma infração disciplinar passível de punição por parte do órgão colegiado.
Por outro lado, o dirigente ressaltou que o departamento jurídico está ciente da situação para dar todo o suporte possível ao jogador.
O que diz o especialista
Higor Maffei Bellini, mestre em direito desportivo pela PUC São Paulo, defende que a Justiça Desportiva não é um ramo do poder judiciário, sendo uma instância administrativa montada dentro das entidades para avaliar questões relacionadas à violação do Código Brasileiro de Justiça Desportiva (CBJD), bem como normas de competições e atitude dos torcedores.
Portanto, para o advogado, de nada adianta a decisão da justiça desportiva condenar ou absolver Dudu, pois não será levado em conta no processo civil movido por Leila contra o atleta.
“O caso não deveria sequer estar sendo apreciado pela Justiça Desportiva. A Procuradoria não deveria ter aceito a argumentação apresentada, e assim não apresentar a denúncia, pois não é uma discussão que diga respeito a uma situação ocorrida em um campo de jogo, em razão de um jogo”, afirma Maffei.
O advogado ainda argumenta que o caso não passou de uma situação entre empregador e ex-empregado, não envolvendo um jogador no calor da partida.
“Se for assim, todas as pessoas ligadas ao esporte poderiam ser processadas por suas declarações sobre qualquer assunto”, conclui.
Relembre o caso
O conflito entre Dudu e Leila ganhou força ainda no meio do ano passado, quando o jogador chegou a ser anunciado como reforço do Cruzeiro, mas voltou atrás. Na ocasião, a presidente do Palmeiras pediu para que o atacante cumprisse com sua palavra e honrasse o acordo com o time celeste.
As rusgas retornaram em novembro, quando Dudu exaltou o ex-presidente Maurício Galiotte, antecessor de Leila.
Ao término do Brasileirão de 2024, Dudu e Palmeiras assinaram a rescisão de contrato.
Em janeiro, a presidente voltou a falar de Dudu, dizendo que o atacante “saiu pela porta dos fundos”. Poucas horas depois,
Depois disso, Leila decidiu processar Dudu, considerando a resposta do atleta “desproporcional e desrespeitosa”.