O Avaí/Kindermann, tradicional clube do futebol feminino no Brasil, viveu mais um capítulo de crise. Nesta sexta-feira (31), a diretoria do clube enviou uma carta à diretoria do
Segundo apuração da Itatiaia, o documento ainda não foi oficializado. Até o momento, a situação está apenas nos bastidores do clube catarinense. Ainda conforme apuração, a ação foi tomada para pressionar o Avaí a pagar os salários atrasados dos profissionais do Kindermann.
Segundo relatado na carta divulgada pelo portal TVBV, a renúncia foi motivada por “dificuldades enfrentadas na condução administrativa, operacional e financeira do clube, bem como da ausência de condições adequadas para o pleno exercício das funções diretivas”. Atualmente, o Avaí Kindermann disputa a Série A2 do Barsileiro Feminino.
Crise
Esta não é a primeira vez que profissionais ligados ao Avaí Kindermann protestam contra a situação precária do time feminino. Jogadoras do clube catarinense fizeram uma séria denúncia no dia 21 de outubro nas redes sociais.
A volante Bárbara Timbó, a goleira Quézia Proença, a zagueira Thamirys Lima, a lateral Raquelzinha e a meio-campista Brendha Patrícia fizeram uma postagem conjunta no Instagram e contaram que estão enfrentando dificuldades como escassez de comida e salários atrasados.
No texto, elas relataram que não tinham condições de comprar itens de higiene básica. As jogadoras do Avaí Kindermann também contaram que há atletas lesionadas esperando por cirurgias há meses. [Leia o texto completo ao fim da matéria].
“Do início da temporada até hoje a alimentação foi ficando escassa é não é condizente com as necessidades de atletas de alto rendimento, falta o básico”, contam.
“Duas atletas sofreram lesões graves, rompimento do LCA, em abril e agosto, até hoje não realizaram submetidas a cirurgia reparadora”, diz outra parte do texto.
No final, as jogadoras ressaltaram que os dirigentes da equipe fizeram promessas e não as cumpriram.
“O presidente do Avaí Julio Azzurra, o presidente Kindermann Rafael Sardá, o diretor Jonas Estevão da Silva realizaram inúmeras promessas de pagamento, mas nunca realizaram. Respeitem as mulheres!”, finalizaram. [Leia o texto completo ao fim da matéria].
Avaí Kindermann
O Kindermann é um dos clubes tradicionais do futebol feminino brasileiro. O projeto começou em 2008, na cidade de Caçador, a 400 km de Florianópolis. No ano de estreia, o clube foi semifinalista da Copa do Brasil.
A equipe seguiu figurando entre os principais clubes femininos do país até 2016. O time foi finalista do Brasileirão em 2014 e campeão da Copa do Brasil em 2015. O projeto foi paralisado em 2016 e retornou em 2017.
A parceria com o Avaí foi firmada em 2019, quando a Confederação Brasileira de Futebol (CBF) tornou obrigatório para os clubes da Série A ter times femininos. O time adotou então o nome Avaí Kindermann.
A equipe seguiu realizando boas campanhas nos campeonatos nacionais. O clube foi semifinalista do Brasileirão em 2019 e vice-campeão em 2020. O time acabou sendo rebaixado em 2024, com 7 pontos.
Carta na íntegra
“Por meio desta, comunicamos formalmente nossa renúncia coletiva aos cargos atualmente exercidos na direção da Associação Esportiva Kindermann (Avaí Kindermann), com efeito a partir de 31 de outubro de 2025.
Conforme deliberação em Assembleia Geral e conforme disposto no Documento de Integração Institucional entre o Avaí Futebol Clube e a Associação Esportiva Kindermann datado de 15 de dezembro de 2022, que formalizou a integração administrativa da Associação Esportiva Kindermann ao Avaí Futebol Clube, vimos, por meio desta, informar oficialmente a renúncia da atual diretoria e do conselho fiscal, para que o Avaí Futebol Clube adote as providências legais cabíveis quanto à designação e ocupação dos respectivos cargos.
A decisão foi tomada de forma conjunta, em razão das dificuldades enfrentadas na condução administrativa, operacional e financeira do clube, bem como da ausência de condições adequadas para o pleno exercício das funções diretivas. Soma-se a isso o cenário de dificuldades financeiras nitidamente enfrentadas pelo Avaí Futebol Clube, além da falta de comunicação efetiva e de previsões concretas para a regularização e normalização dessa situação, o que inviabiliza a continuidade da atual gestão”.
