Desligado do Botafogo nesta quarta (17), Davide Ancelotti falou pela primeira vez sobre a saída do clube carioca. Em publicação nas redes sociais, o treinador italiano preferiu não dar ‘explicações públicas” sobre a decisão, mas fez agradecimentos aos clubes, aos profissionais e aos torcedores.
“Hoje encerro um capítulo importante da minha vida profissional. Não é simples se despedir de um lugar onde se viveu com intensidade, pressão e emoção, e onde se criaram relações reais. As decisões fazem parte do caminho e nem sempre cabem em explicações públicas. O que posso dizer é que essa etapa foi vivida com honestidade, entrega e respeito”, iniciou Ancelotti.
Além de Davide Ancelotti, foram demitidos os auxiliares os auxiliares Luis Tevenet e Andrew Mangan e o preparador físico Luca Guerra. A composição da comissão técnica, inclusive, foi a principal divergência que levou as partes a decidirem pela saída do Botafogo. Saiba mais abaixo.
Confira, na íntegra, a publicação de Davide Ancelotti:
“Hoje encerro um capítulo importante da minha vida profissional. Não é simples se despedir de um lugar onde se viveu com intensidade, pressão e emoção, e onde se criaram relações reais.
As decisões fazem parte do caminho e nem sempre cabem em explicações públicas. O que posso dizer é que essa etapa foi vivida com honestidade, entrega e respeito.
Quero agradecer ao clube pela oportunidade e a todas as pessoas que fizeram parte desse período: direção, staff, colaboradores, jogadores e torcedores.
Aos jogadores, pelo trabalho diário e pela forma como enfrentamos juntos os momentos bons e difíceis.
Aos torcedores, pela paixão, pela cobrança e pelo amor ao clube — isso dá sentido a tudo.
Levo comigo aprendizado, gratidão e a consciência tranquila de ter dado tudo o que tinha.
Esse capítulo termina, mas o Botafogo permanece em mim.”
O motivo da saída de Davide
Ao término da temporada, o departamento de futebol entendeu que era necessário mudar a comissão técnica com a saída do preparador físico Luca Guerra. O treinador italiano não concordou, e comunicou que não seguiria no comando do Botafogo em 2026.
Uma série de problemas físicos atingiu o elenco no segundo semestre. As baixas foram levadas em consideração na avaliação positiva de Davide Ancelotti, cuja permanência era desejada pelo Botafogo. O trabalho de Luca Guerra, por outro lado, não foi bem avaliado.
Ao término do Brasileirão, outros líderes do Botafogo, como Marçal e Alex Telles, elogiaram o trabalho de Davide Ancelotti e apostaram na continuidade do trabalho para 2026.
Elenco queria continuidade, e lideranças se posicionam
A continuidade do trabalho do treinador italiano era desejada pela diretoria e pelo grupo de jogadores, que já haviam se manfestado na reta final do Brasileirão em apoio ao treinador.
Desde o anúncio da demissão de Ancelotti, Alexander Barboza e Marçal, dois dos capitães do Botafogo, foram às redes e fizeram elogios ao trabalho do treinador italiano.
“Não tenho dúvidas que o que conseguimos alcançar esse ano, ainda que não seja o ideal para um clube tão grande, tenha passado pelas tuas mãos, Davide Ancelotti. Desejo o melhor para você e sua equipe técnica. Sem exceção! Deseja o melhor para vocês. Obrigado!”, escreveu Marçal em seu perfil no Instagram.
“As pessoas boas, que lutam por seus ideiais e têm palavra, só merecem coisas boas. Muito sucesso aos quatro!”, escreveu Barboza em seu perfil no Instagram.
A passagem de Davide Ancelotti
Após fazer parte da comissão técnica de Carlo Ancelotti, seu pai, por 13 anos, Davide foi a “aposta” de John Textor para substituir Renato Paiva no comando do Botafogo em julho.
Como campeão da América, a equipe de Ancelotti caiu nas oitavas da Libertadores para a LDU-EQU. No mata-mata nacional, eliminação nos pênaltis diante do Vasco.
Na Série A, o time teve reta final positiva, com 10 jogos de invencibilidade. Apesar disso, não conseguiu vaga na fase de grupos e disputará a fase preliminar da Libertadores.
Foram 32 jogos: 14 vitórias, 11 empates e sete derrotas (48 gols a favor e 35 gols contra).